Depois de mais de dez países já terem tomado a mesma decisão, Portugal anunciou ontem a suspensão da vacina inglesa da AstraZeneca. Em conferência de imprensa ao início da noite de ontem, a Direcção-Geral da Saúde e o Infarmed anunciaram o que se impunha: a suspensão da administração da vacina da AstraZeneca em Portugal. A indicação já foi transmitida aos centros de saúde, que devem parar de imediato de utilizar a vacina da Universidade de Oxford.
Rui Santos Ivo, presidente do Infarmed, anunciou na conferência conjunta com da Direcção-Geral de Saúde (DGS) e com a task force para a vacinação, que a administração da vacina da AstraZeneca vai ser interrompida devido ao “princípio da precaução em saúde pública”. O fármaco está a ser avaliado pela Agência Europeia do Medicamento (EMA).
“Ainda não foi possível concluir, nessa avaliação, uma relação de causalidade entre os casos reportados e a toma da vacina”, disse o presidente do Infarmed acrescentando que para a semana estão previstas reuniões com a EMA.
Sobre o período de suspensão da vacina, Rui Santos Ivo afirmou que o processo está a ser coordenado pela EMA, não tendo adiantado qualquer data para retomar a toma deste fármaco. Considerou ainda que as datas que estão a ser avançadas por outros países, como é o caso de Espanha que anunciou uma suspensão de 15 dias, são "indicativas".
A decisão de suspender a administração da vacina da AstraZeneca vai interferir com o plano de vacinação de docentes e não docentes, que deveria começar este fim de semana, avança o Vice-Almirante Henrique Gouveia e Melo, coordenador da task force para a vacinação.
A vacinação dos professores será adiada para “o momento em que estas dúvidas deixam de existir”, disse ainda Gouveia e Melo, garantindo que o plano de vacinação irá prosseguir com outras vacinas.
Foto D.R.