Pedro Gonçalves, bandarilheiro retirado e director da Escola de Toureio Joaquim Gonçalves, de Santarém, insurge-se, em carta dirigida à Direcção do CNEMA, contra o facto de, ao fim de muitos anos, a sua instituição ter sido esquecida e não convidada a participar nas actividades tauromáquicas da Feira do Ribatejo/Feira Nacional da Agricultura.
Na carta, a que o "Farpas" teve acesso, o famoso toureiro escalabitano, afirma: "Sou um apaixonado pela nossa Feira e especialmente pela sua componente tradicional, nomeadamente o programa tauromáquico. A vosso convite colaborei nos últimos anos na organização da apresentação de Escolas de Toureio, com miúdos que sonham em ser toureiros e que vão à Feira cheios de entusiasmo para mostrarem as suas potencialidades".
Depois de recordar que "esta colaboração foi sempre prestada sem quaisquer interesses financeiros, nem para mim nem para a Escola de Toureio Joaquim Gonçalves, de Santarém, projecto que mantenho desde há alguns anos em homenagem ao saudoso bandarilheiro escalabitano Joaquim Gonçalves", Pedro Gonçalves lamenta que "este ano, por razões que desconheço, decidiram V. Exas. prescindir da minha colaboração na organização destes eventos".
E acrescenta:
"Não contesto a vossa decisão, porque a tomaram no âmbito das vossas competências, que não tenho o direito de criticar. No entanto, como quem não se sente não é filho de boa gente, venho à vossa presença manifestar a tristeza que a vossa atitude me causou. Bastaria que tivessem uma simples palavra a anunciar-me a vossa decisão, agora ser dispensado sem a mínima atenção acho que é um gesto de pessoas pouco reconhecidas a quem as ajudou sempre sem quaisquer interesses. Para mais, nem tiveram a gentileza de convidar a Escola de Toureio de Santarém, o que em minha singela opinião não fica bem. Talvez por atitudes destas é que muita gente de Santarém tem má impressão do CNEMA. Enfim, as atitudes ficam com quem as pratica".
Foto D.R.