Miguel Alvarenga - O facto de a praça de Alcochete ter registado ontem apenas meia entrada, segundo rezam as crónicas que li esta manhã, não constitui um prenúncio muito animador para a temporada. Direi mesmo que pode ser preocupante, tendo em conta que se tratava de um cartel atractivo, com especial chamariz pelos toiros (confronto das duras ganadarias Castro e Silva), com os três reis dos pares das bandarilhas - Rouxinol, Filipe Gonçalves e Bastinhas - e dois dos melhores grupos de forcados nacionais, Évora e Alcochete.
O público não tem dinheiro? Os bilhetes subiram com a pandemia e não voltaram a baixar? Os aficionados estão fartos de ver sempre os mesmos toureiros? Serão mesmo precisas novas "revoluções", lufadas de emoção, para voltar a levar o pessoal às praças?
Cada um que tire as suas ilacções e faça as suas análises, mas é preciso urgentemente um abanão qualquer para que isto saia do marasmo e volte e ter o esplendor de outros tempos.
Ontem, pelo que li, Luis Rouxinol, Filipe Gonçalves (nesta foto, num excelente par de bandarilhas) e Marcos Bastinhas estiveram os três bem. Os toiros de Castro e de Silva pediram contas e a tarde foi dura para cavaleiros e forcados, como refere no título da sua crónica no "Tauronews" o insuspeito e sério Miguel Ortega Cláudio.
Os forcados de Évora e de Alcochete honraram os seus pergaminhos em rijas pegas a toiros que não eram para meninos.
Mas o público ficou em casa. Alcochete, ontem, tinha que ter sido praça cheia.
Foto Miguel Calçada