terça-feira, 26 de abril de 2022

Tarde grande do Grupo de Montemor ontem em Alter

O glorioso grupo de forcados Amadores de Montemor, sob a chefia de António Cortes Pena Monteiro, marcou ontem claramente a diferença na tarde em que competiu com o grupo anfitrião de Alter do Chão, capitaneado por Luis Eduardo.

Frente a toiros sérios, exigentes, com idade, peso e trapio e que "metiam mudanças", da prestigiada ganadaria Branco Núncio, toiros dos que se impõem nas praças, toiros que transmitem o perigo da Festa e lhe dão a emoção que faz o público voltar às bancadas, os Amadores de Montemor levaram a melhor e ganharam, com inteiro merecimento e justiça, o prémio "Luis Saramago" com que todos os anos se distingue a pega da tarde e ao mesmo tempo se homenageia a memória do saudoso cabo do grupo de Alter. A pega vencedora foi a terceira da tarde, executada ao segundo intento com técnica e decisão pelo consagrado José Maria Cortes Pena Monteiro, irmão do novo cabo (que lhe deu uma grande primeira-ajuda).

Como sempre, o grupo montemorense arrastou atrás de si uma falange de apoiantes e antigos elementos e esteve enorme em praça, com os forcados a "ajudar à Montemor" e a contribuir "em peso" e com a costumeira coesão para a concretização das pegas por parte dos três valorosos "caras" que ontem foram protagonistas em Alter.

As duas outras pegas dos Amadores de Montemor foram concretizadas por José Maria Marques (primeira) com muito querer e imensa decisão, fechando-se com braços de ferro e não mais saindo depois de aguentar um violento derrote, tendo sido nesta primeira intervenção rabejador o forcado Luis Vacas, uma das novas revelações do grupo numa arte que foi ao longo dos anos superiormente interpretada por grandes forcados e que teve o seu expoente máximo nessa figura ímpar e sempre lembrada que foi o grande Simão Comenda

A última pega dos montemorenses (quinto toiro da tarde) foi consumada à segunda tentativa, depois de sofrer um violento derrote na primeira, pelo já consagrado Vasco Carolino, um forcado portentoso e de grande técnica, que brindou a duas glórias do seu grupo, os recordados Manuel Mata e João Romão Tavares. Destaque nesta pega para a grande e sempre eficiente primeira ajuda prestada por António Cecílio. No terceiro e quinto toiros, o rabejador foi o poderoso Francisco Godinho, já uma lenda dos Amadores de Montemor.

Os forcados de Alter do Chão não estiveram à altura na sua primeira pega, com uma intervenção de Filipe Lucas à quinta tentativa, nunca estando bem na cara do toiro.

Filipe Ribeiro foi quem salvou a honra do convento alterense na pega ao quarto toiro da corrida, em que aguentou sózinho fortes derrotes e toda a força de um "comboio" sem nunca sair quando o toiro se desviou do grupo, concretizando ao primeiro intento. Pega de valor e que resultou emotiva.

Diogo Nogueira fechou no último toiro a actuação dos Amadores de Alter com uma pega à terceira tentativa.

Fique agora com as sequências das seis pegas de ontem.

Fotos M. Alvarenga






Grande pega de José Maria Marques (Montemor) ao primeiro
toiro de Núncio, o melhor da corrida. Luis Vacas a rabejar
















Filipe Lucas: primeira pega do Grupo de Alter foi à quinta











José Maria Cortes Monteiro concretizou à segunda uma grande
pega ao terceiro toiro da tarde. Foi a pega vencedora do troféu





Filipe Ribeiro na melhor pega do grupo anfitrião, ao primeiro
intento, ao quarto toiro da corrida
















Sofrimento de Mãe: na primeira foto, São Carolino com seu
marido, o antigo cavaleiro Frederico Carolino, pais do valoroso
forcado Vasco Carolino (Montemor), assistindo angustiada à
pega do filho, concretizada ao segundo intento com muito
valor e decisão, ao quinto toiro de Branco Núncio






Última pega da tarde foi consumada à terceira por Diogo
Nogueira, dos Amadores de Alter