sexta-feira, 27 de maio de 2022

D. José João Zoio tomou a alternativa no Campo Pequeno há 49 anos

Cumprem-se neste dia 27 de Maio quarenta e nove anos sobre a data em que o saudoso cavaleiro D. José João Zoio recebeu a sua alternativa na praça do Campo Pequeno apadrinhado por Mestre João Branco Núncio na corrida em que celebrava os seus 50 anos de alternativa (foto de cima) (cartaz em baixo).

Nascido em Almada a 1 de Outubro de 1950, José João Zoio tomou a alternativa na praça do Campo Pequeno, das mãos de Mestre João Branco Núncio em 27 de Maio de 1973, na tarde em que o Califa comemorou 50 anos de toureio. Embora curta, teve uma carreira gloriosa, travada quando menos se esperava e quando era ainda muito cedo, devido a uma queda na arena de Alcochete que lhe provocou uma lesão na coluna. Mesmo assim, em 1991 fez uma temporada, apoderado por Ferreira Paulo "Cachapim", despedindo-se em definitivo durante uma corrida marcante em Lisboa, na mesma noite em que cortou a coleta o seu bandarilheiro de sempre e seu último apoderado, António Badajoz.

Referenciado como o toureiro-aristocrata, rivalizou com Mestre Batista, Luis Miguel da VeigaManuel Jorge de Oliveira e João Moura, bem como com todas as figuras da época. Logo após o 25 de Abril, foi apelidado de "fascista" por um grupo de toureiros revolucionários que haviam ocupado o Sindicato dos Toureiros e que o impediram de tourear em Portugal. Actuou um ano em Espanha e reapareceu depois em Évora, ao tempo um feudo do comunismo, recebendo do público que esgotava a praça a maior e mais prolongada ovação de que há memória.

José João Zoio - que um ano antes se vestira pela última vez de toureiro participando no Campo Pequeno na cerimónia de alternativa do cavaleiro Duarte Pinto - morreu a 31 de Agosto de 2009 com 59 anos de idade.

Fotos D.R.


Monumental de Santarém, final dos anos 70, com
Miguel Alvarenga numa das primeiras Corridas da CAP