Duarte Fernandes e António Telles (foto de baixo) - as duas novas estrelas mais destacadas |
Miguel Alvarenga - Não será propriamente um balanço da temporada, mas até final do ano vamos aqui passar em revista, nas várias classes - cavaleiros de alternativa, cavaleiros praticantes e amadores, matadores de toiros, novilheiros, grupos de forcados, ganadarias, bandarilheiros e empresários - aqueles que mais se destacaram ao longo do ano, nesta que foi a temporada de todas as corridas, depois de dois anos de pandemia com um número de espectáculos muito mais reduzido.
E começamos precisamente pela juventude que está a dar mostras de que temos assegurado, sem quaisquer problemas, o futuro do toureio a cavalo, arte em que continuamos a ser reis... apesar de Diego Ventura, na sua entrevista à penúltima edição da revista "Aplausos", ter defendido a tese de que, agora, os melhores eram os espanhóis... ele (que, por acaso, até é português...) e Pablo Hermoso.
A continuidade da primazia em Portugal - e no mundo - no que ao toureio a cavalo diz respeito está garantida entre nós por um naipe de brilhantes cavaleiros jovens que este ano reafirmaram as suas qualidades e triunfaram ao lado dos consagrados, mercê de alguma inovação nos cartéis levada a efeito por alguns empresários mais visionários.
Embora toureando pouco em Portugal (os empresários ainda não terão posto verdadeiramente os olhos nele...), Duarte Fernandes, sobrinho do consagrado Rui Fernandes, ocupa já um lugar de grande destaque no pelotão da nova vaga. Baseou praticamente a sua temporada em praças de Espanha e França, vencendo por seus méritos o I Torneio Manuel Vidrié, um certame promovido pela Comunidade de Madrid e que já lhe assegurou presença na próxima Feira de Santo Isidro em Madrid, onde se acredita que explodirá, avançando para uma carreira de sucesso como a de seu tio.
Recebeu a alternativa em Arles (França) no ano passado, mas como, incompreensivelmente, esta não é válida em Portugal, é previsível que a venha a tomar no seu país no próximo ano. Impõe-se a presença de Duarte Fernandes em arenas lusas para que a competição com os seus pares se torne realidade e traga nova e necessária importância ao toureio a cavalo em terras de Portugal.
Por cá, indiscutivelmente, os mais destacados são os dois novos ginetes da Família Ribeiro Telles: António de Jesus, filho do Maestro António Telles; e Tristão Telles Guedes de Queiroz. Cada qual com o seu estilo. António mais fiel ao estilo clássico imposto por seu avô, Mestre David, e continuado por seu pai e seu primo Manuel Telles Bastos; Tristão numa outra linha "mais moderna", muito ao estilo de seu tio João Palha Ribeiro Telles e de seu primo - e seu mestre - João Ribeiro Telles.
Um e outro subiram importantes degraus ao longo desta temporada, impondo-se, dando que falar. António beneficiou das oportunidades que era boa hora lhe foram proporcionadas por empresários como Rui Bento (Almeirim), Luis M. Pombeiro (Lisboa e Azambuja, entre outras), João Pedro Bolota (Tomar) e Rui Palma (Messejana), entre outros, que o colocaram em cartéis ao lado dos consagrados, aproveitando-as "com unhas e dentes" para se qualificar entre os primeiros.
A sua alternativa, no ano em que seu pai cumpre os 40 anos da sua, é agora disputada por algumas empresas, nomeadamente as do Campo Pequeno e de Santarém.
Tristão Telles Guedes de Queiroz, por seu turno, foi, um ano mais, a lufada de ar outro entre os mais jovens, a prometer, de tarde para tarde, também ele, um futuro risonho na nobre arte de lidar toiros a cavalo.
Outro cavaleiro praticante que marcou pontos nesta temporada foi Diogo Oliveira, a quem falta agora conquistar uma posição em praças e cartéis mais importantes, uma vez que deu nas vistas e alcançou sonoros triunfos no cenário de praças portáteis - justificando plenamente melhores e mais visíveis oportunidades em 2023.
Sem querer fazer aqui uma análise mais extensiva e apesar de existirem muitos outros novos valores no toureio equestre, vou apenas destacar, entre os amadores, dois promissores cavaleiros que este ano também deram um importante salto para a ribalta e que em 2023 certamente reafirmarão, porque estão mais que aptos para tal, uma posição de maior destaque: Francisco Maldonado Cortes e Mariana Avó.
Do pelotão de futuras estrelas, eles são aqueles que mais prometeram em 2022.
Num próximo capítulo destes breves balancetes da temporada de 2022, abordarei as novas estrelas (matadores e novilheiros) do toureio a pé que deram que falar, apesar das poucas oportunidades que as empresas continuam a conceder ao toureio a pé. Venham de novo as corridas mistas!
Fotos M. Alvarenga
Tristão Telles Guedes de Queiroz |
Diogo Oliveira |
Francisco Maldonado Cortes Foto Lobov photography |
Mariana Avó |