O Maestro Rui Salvador anunciou ontem ao "Farpas" (durante a festa de comemoração dos 60 anos de José Luis Cochicho em Vila Viçosa) que se despedirá das arenas no próximo ano, quando cumpre 40 anos de alternativa.
"Faço 40 anos de alternativa em 2024 e vou celebrá-los, despedindo-me das arenas no final da temporada" - anunciou o toureiro de Tomar, um dos mais importantes cavaleiros tauromáquicos dos últimos anos e que na passada temporada rejuvenesceu, com novos cavalos, alcançando grandes triunfos, revivendo os seus tempos áureos.
Estranhamente e como esta semana referiu o site touroeouro.com, o Maestro Salvador tem, por enquanto, agendados apenas dois espectáculos para esta temporada de 2023, um em Viana do Alentejo em Setembro e o outro já em 23 de Março em Vila Franca, o festival que ficou adiado do ano transacto.
O facto de ser há muitos anos apoderado por José Carlos Amorim, um taurino independente e não ligado a empresas, pode ser a explicação para esta anomalia - num momento em que a esmagadora maioria dos apoderados são empresários e gerem praças e os cartéis se montam à base da "troca de cromos", ou seja, "ponho o teu toureiro na minha praça e tu pões o meu na tua"...
Com a sua habitual boa disposição e descontracção, Amorim disse ao touroeouro.com que "o telefone não tem tocado", mas "quando estiverem fartos de ver os outros todos haverão de nos telefonar...".
Rui Salvador, recorde-se, tomou a alternativa no Campo Pequeno em 9 de Agosto de 1984 na 9ª Corrida da Rádio - promovida por Virgílio Palma Fialho e que era, ao tempo, uma das mais importantes corridas do calendário nacional -, apadrinhado pelo saudoso José Mestre Batista com o testemunho de João Moura, numa noite em que se lidaram toiros da extinta ganadaria de João Moura e em que pegaram os forcados de Montemor e de Lisboa, então capitaneados, respectivamente, por João Cortes e Nuno Salvação Barreto.
Foto Frederico Henriques/Arquivo