54 anos depois da primeira actuação de um grupo de forcados no México (uma selecção comandada por Simão Malta em 1970 participou em oito corridas e pegou dezasseis toiros em hastes limpas) e 48 anos passados sobre a primeira vez que forcados pegaram toiros na maior praça do mundo, a Monumental do México (os Amadores de Évora em 1976, então capitaneados pelo seu cabo fundador João Patinhas), uma Selecção de Forcados de Portugal composta por elementos de vários grupos honrou ontem a Tauromaquia Lusitana numa corrida de rejoneio em que ombreou com os Forcados Amadores de México, comandados por René Tirado, também uma selecção constituída por elementos dos vários grupos existentes naquele país e que se formou durante a pandemia para marcar a união e permitir que todos os grupos mexicanos estivessem representados e marcassem presença nas poucas corridas que então se efectuaram.
Destaque para o gesto dos Forcados de Portugal que se apresentaram todos em praça de gravata preta e braçadeira preta em sina de luto e homenagem pela morte do bebé Vicente Ribeiro Telles Caldeira (cujas cerimónias fúnebres se realizam neste momento em Coruche) e também comungando o luto que se abateu sobre as ilustres Famílias Ribeiro Telles e Caldeira.
A corrida de ontem na Monumental do México foi antecedida de um espectáculo equestre e de dança sinfónica denominado "México Mil Colores - com los caballos Domecq" e registou uma entrada de cerca 17 mil espectadores.
A primeira pega foi executada por José Maria Caeiro, actual cabo dos Amadores de Évora, em homenagem ao facto de ter sido precisamente este grupo aquele que pela primeira vez pegou toiros nesta praça há 48 anos.
A provar que quem sabe jamais esquece, pegaram de seguida dois dos grandes e recordados forcados nacionais, já retirados das arenas há alguns anos: Amorim Ribeiro Lopes, antigo cabo dos Amadores de Coruche (como curiosidade, destaque-se o facto de ter pegado o 100º toiro da sua carreira, já retirado das arenas há oito anos); e Ricardo Patusco, emblemático forcado dos Amadores de Vila Franca.
Seguiram-se João Saraiva, cabo do Aposento da Chamusca (que brindou ao Embaixador de Portugal no México) e Nuno da Cruz Marecos, cabo dos Amadores das Chamusca.
O outro toiro foi pegado pelo valoroso forcado mexicano René Tirado, cabo dos Forcados Amadores do México.
José Maria Caeiro e Amorim Ribeiro Lopes fizeram as suas pegas à segunda tentativa, todas as outras foram executadas à primeira e com extraordinárias ajudas de todos os elementos dos dois grupos.
A Selecção de Forcados de Portugal esteve composta, entre outros, por Ricardo Patusco e Carlos Silva (do GFA de Vila Franca); Amorim Ribeiro Lopes, João Prates Ferreira (actual cabo), António Tomás e Fernando Ferreira (do GFA de Coruche); Pedro Coelho dos Reis (ex-cabo), João Saraiva (actual cabo) e João Diogo (do GFA do Aposento da Chamusca); Luis Canto Moniz (futuro cabo do GFA do Aposento da Moita); Nuno da Cruz Marecos (cabo do GFA da Chamusca); Samuel Silva (forcado já retirado e actual empresário), Jorge Nazaré, António Machado e Gonçalo Machado (do GFA Académicos de Elvas); José Maria Caeiro (cabo do GFA de Évora); e André Leal (do GFA de Coimbra).
Nesta corrida de ontem na Monumental do México lidaram-se toiros da ganadaria Marrón, bem apresentados e de bom jogo na generalidade (com pesos, por ordem de lide, de 536, 534, 542, 551, 535 e 528 quilos).
Actuaram o cavaleiro mexicano Jorge Hernández Gárate (volta ao ruedo no primero toiro e uma orelha no quarto), o rejoneador espanhol Guillermo Hermoso de Mendoza (orelha e orelha, saíu em ombros) e o rejoneador mexicano Javier Funtanet (volta à arena no seu primeiro toiroe uma orelha no outro).
Fotos NTR Toros/Facebook, Raúl Reyes e D.R.
Forcados portugueses voltaram à Monumental do México 48 anos depois de os Amadores de Évora terem sido o primeiro grupo a pegar toiros nesta que é a maior praça do mundo |
Primeira pega foi consumada por José Maria Caeiro, cabo dos Forcados Amadores de Évora |
Os Forcados Amadores do México convidaram o Grupo de Portugal a repartir com eles algumas das pegas |
Amorim Ribeiro Lopes, ex-cabo do GFA de Coruche, voltou a pegar, oito anos depois de ter deixado as arenas. Quem sabe, jamais esquece! |
João Saraiva, cabo do Aposento da Chamusca, dando a volta com o triunfador Guillermo Hermoso de Mendoza |
Ricardo Patusco, glória do GFA de Vila Franca, retirado das arenas, voltou a fazer "um pegão". Deu volta com Javier Funtanet |
Uma grande pega, também, de Nuno Marecos, cabo do GFA da Chamusca |
Samuel Silva com Enrique Fraga |
Pedro Coelho dos Reis (Pipas), ex-cabo do Apos. da Chamusca: de novo a ajudar com a garra de sempre! |
Forcados de Portugal apresentaram-se de luto em homenagem à dor das Famílias Ribeiro Telles e Caldeira |