Miguel Alvarenga - Decorreu em ritmo agradável e num extraordinário ambiente (três quartos de casa) a corrida comemorativa dos 100 anos da praça de toiros de Beja, que ontem à noite se realizou, marcada pela excelente nota e imponente apresentação dos toiros da ganadaria de António Silva - de que destoou apenas o último, que por azar tocou a Brito Paes.
Antecedida de procissão à luz de velas - em que se incorporaram cavaleiros, forcados, todo o pessoal da praça e mesmo os empresários - e da inauguração da capela, a corrida teve depois momentos de grande emoção pela transmissão dos toiros de Silva, mas também pelas boas prestações de todos os cavaleiros intervenientes e dos três grupos de forcados - S. Manços, Cuba e Beja - que foram verdadeiros heróis da noite com seis pegas espectaculares.
A grande actuação da corrida foi a primeira, de um António Ribeiro Telles melhor que nunca e a tourear como mandam as leis; seguiu-se Rui Salvador, com a habitual garra e a verdade toureira que impôs ao longo de 25 gloriosos anos de alternativa (que se comemoravam precisamente nesta noite de 9 de Agosto); Tito Semedo intercalou bons com maus momentos, numa exibição marcada pela irregularidade; Marco José, pouco rodado, surpreendeu pela positiva com uma actuação em crescendo; Filipe Gonçalves, que acabara de tourear na Figueira da Foz, foi "de menos a mais" e entusiasmou o público com ferragem arriscada a um toiro que se adiantava barbaridades: e por fim, azarado com o pior toiro da corrida, Brito Paes andou aquém do seu melhor.
A corrida foi bem dirigida por António dos Santos e apesar de se tratar da segunda do site "toureio.com", não houve - esquecimento? - um único brinde ao director do mesmo, Hugo Calado.
Ao intervalo prestou-se singela homenagem a Rui Salvador e ao seu apoderado Carlos Amorim e descerrou-se no páteo de cavaleiros uma placa comemorativa do primeiro centenário da praça.
Fotos M. Alvarenga