quinta-feira, 3 de junho de 2010

Ambiente de festa ontem no Campo Pequeno


Miguel Alvarenga - Paulo Caetano comemorou ontem 30 anos de carreira (alternativa) no Campo Pequeno em ambiente de festa e solenidade. A praça registou três quartos fortes e a quarta corrida da temporada lisboeta foi um êxito em ritmo crescente e sempre com enorme entusiasmo nas bancadas. Destaque para a enchente, em vésperas de fim-de-semana prolongado e com o pessoal a rumar ao reino do Algarve - o que confirmou o interesse do cartel de dinastias em boa hora montado pela empresa de Lisboa e o respeito da afición pela consagração da carreira de um grande toureiro.
Para o sucesso do espectáculo contribuiu a raça dos quatro cavaleiros (pais e filhos em grande estilo), dos dois grupos de forcados (Santarém e Portalegre), mas também a qualidade dos toiros de Dª Guiomar Moura.
Homenageado logo após as cortesias, Paulo Caetano enfrentou o mais complicado toiro da noite, mas impôs a maestria do seu toureio, a classe e o temple, a experiência também, para sacar faena onde ela não havia, triunfando plenamente.
Joaquim Bastinhas foi a permanente alegria, agora com um cavalo fantástico que lhe permite rasgos "hermosistas" num estilo que não era o seu, mas que já conquistou os aficionados. Esteve enorme, para variar, cada vez melhor como o vinho do Porto!
João Moura Caetano vinha embalado de um triunfal início de temporada e demonstrou em Lisboa que este pode finalmente ser o seu ano de consagração. Autor de ferros monumentais, pôs a praça em alvoroço.
Marcos Tenório, filho de Bastinhas, é um toureiro que cada vez me empolga mais. Apontou um estilo e um rumo próprios à sua carreira, sem imitar o Pai e isso é de louvar. Está um toureiro de verdade, de recortes, experiente, rodado, seguríssimo, templado, com saber. Dá gosto vê-lo. Aplauda-se o facto de tourear de tricórnio, ao contrário das modas. Muitíssimo bem!
Houve pegas boas de ambos os grupos, mas a noite foi indiscutivelmente de Gonçalo Veloso, o também bandarilheiro e enorme forcado de Santarém. Que pega, que par de braços, que garra, que técnica e que vontade de ficar no toiro. Enorme!

Foto Rita Barreiros