Com os meus filhos, que pela primeira - e última! - vez foram à porta da Cadeia do Linhó |
Cruzando por fim a cancela da liberdade! Ufa! Parecia que nunca mais... |
A saída às nove da noite de domingo |
Com os meus Pais e os meus Filhos nas primeiras horas de liberdade! |
O primeiro jantar em liberdade, domingo à noite |
Miguel Alvarenga - Fui por fim LIBERTADO domingo à noite, após um ano e duas semanas
de fins-de-semana de prisão no Estabelecimento Prisional do Linhó! A grande
reportagem, as fotos e os depoimentos na edição da próxima quinta-feira do
"Farpas" - não percam, que vale a pena!
Os meus filhos, Maria Ana e Guilherme, foram PELA PRIMEIRA VEZ buscar-me à porta da cadeia. Com o Rui e a Margarida. Fiz muita questão - e eles também - de que estivessem presentes nesta hora. Quis que vissem ao vivo onde estive, por que estive, o que me fizeram - e, sobretudo, a MERDA DE PAÍS onde tiveram o azar de nascer.
Durante um ano ninguém me viu chorar ou manifestar a minha revolta pelo que me aconteceu. Agora faço-o. Ontem chorei como o caraças ao abraçar um a um os meus companheiros de reclusão, os guardas, o pessoal todo.
Hoje quero, tenho o direito de GRITAR A MINHA REVOLTA! Fui preso INJUSTAMENTE? Claro que fui. Teria havido Justiça (existe Justiça nesta resto do que foi um país?...) se também tivessem sido presos todos os bandidos que aí andam em liberdade - traficantes de droga, pedófilos, violadores, assassinos, gatunos de colarinho branco, etc. Como o não foram e o não são nem serão, sinto-me injustiçado num país (já o foi, já não é) onde se manda para a prisão um jornalista por um delito de imprensa e se deixam impunes os que roubam, que matam, que violam crianças e que traficam droga.
Agora não me vou calar. Agora prendam-me outra vez - não tenho medo!
Agora quero muito conseguir a cidadania espanhola e não baixo os braços enquanto não alcançar esse meu desejo. Vou lutar por isso. Tenho imensa vergonha de ser português!
Os meus filhos, Maria Ana e Guilherme, foram PELA PRIMEIRA VEZ buscar-me à porta da cadeia. Com o Rui e a Margarida. Fiz muita questão - e eles também - de que estivessem presentes nesta hora. Quis que vissem ao vivo onde estive, por que estive, o que me fizeram - e, sobretudo, a MERDA DE PAÍS onde tiveram o azar de nascer.
Durante um ano ninguém me viu chorar ou manifestar a minha revolta pelo que me aconteceu. Agora faço-o. Ontem chorei como o caraças ao abraçar um a um os meus companheiros de reclusão, os guardas, o pessoal todo.
Hoje quero, tenho o direito de GRITAR A MINHA REVOLTA! Fui preso INJUSTAMENTE? Claro que fui. Teria havido Justiça (existe Justiça nesta resto do que foi um país?...) se também tivessem sido presos todos os bandidos que aí andam em liberdade - traficantes de droga, pedófilos, violadores, assassinos, gatunos de colarinho branco, etc. Como o não foram e o não são nem serão, sinto-me injustiçado num país (já o foi, já não é) onde se manda para a prisão um jornalista por um delito de imprensa e se deixam impunes os que roubam, que matam, que violam crianças e que traficam droga.
Agora não me vou calar. Agora prendam-me outra vez - não tenho medo!
Agora quero muito conseguir a cidadania espanhola e não baixo os braços enquanto não alcançar esse meu desejo. Vou lutar por isso. Tenho imensa vergonha de ser português!
Fotos Guilherme Alvarenga