Numa grande entrevista ao site
"opinionytoros", o gerente da primeira praça do país, Rui Bento,
admite a possibilidade de a médio prazo se poder realizar no Campo Pequeno uma
corrida integral (toiros de morte). Questionado sobre essa hipótese, o antigo
matador responde textualmente: "Prefiro ser cauteloso nesse sentido, ao
longo destes anos mantive contactos com gente de peso no âmibito da política.
As relações são muito boas, estamos no caminho certo, em que se estão tocando
nas teclas adequadas para lograr objectivos que seriam impensáveis há uns anos
atrás".
O tema da candidatura à adjudicação da
Monumental de Madrid abre a entrevista, publicada no sábado e realizada
precisamente na última semana, no dia em que foi rejeitada pela Comunidade
Autónoma de Madrid a proposta integrada pela Sociedade Campo Pequeno (Rui
Bento) e pelos empresários espanhóis Tomás Entero e Juan Carlos Beca Belmonte.
"Perdeu-se uma batalha, há algum
resquício de esperança?" - questiona o jornalista.
E Rui Bento responde:
"Apresentou-se um recurso à
Comunidade de Madrid. Há que esperar o desenrolar dos acontecimentos. Tínhamos
posto muita ilusão e muito trabalho na nossa proposta. É uma proposta aberta,
com o olhar posto no futuro, em que pensámos no aficionado, público de las Las Ventas,
e no interesse da Festa em geral. Todavia, desde o início assistimos a
movimentos raros, estranhos, intencionados. A pouco e pouco, foram-nos
colocando obstáculos e fechando portas, até chegar à situação actual. Agora só
nos resta esperar".
O antigo diestro acrescenta, a este
propósito, reconhecendo que o mal na Festa "está cá dentro" e que é
necessária mais união:
"Temos que reconhecer que os
anti-taurinos estão bem organizados, mas não é menos certo, em minha opinião e
mais com o que está ocorrendo nestes dias com o concurso de Las Ventas, que o
problema está cá dentro. Faz falta mais união e respeito entre os profissionais
e deixar de atirar pedras aos nossos próprios telhados, um exemplo claro é o
que aconteceu na Catalunha".
Sobre o Campo Pequeno, que Rui frisa ser
uma praça de primeira "não apenas em Portugal, mas assim considerada a
nível mundial", o gestor taurino considera "muito positivo" o
balanço das últimas temporadas, a que vieram praticamente todas as grandes
figuras do mundo, exceptuando José Tomás e "Manzanares", realçando
que "tem sido feito um trabalho para cativar a juventude, não podemos
esquecer que o futuro está nas suas mãos", congratulando-se pelo facto de
"grande parte do público que hoje frequenta a praça ser composto por jovens
entre os 16 e os 25 anos".
Questionado sobre a ausência de um
matador de toiros português nas grandes feiras de Espanha, Rui Bento reconhece
que "essa é uma espinha que temos cravada, desde a retirada de Vitor
Mendes".
E explica:
"Nos últimos 25, 30 anos, o mundo
do toiro em Portugal esteve nas mãos de gente directamente ligada ao toureio a
cavalo e aos forcados. Até à reinauguração do Campo Pequeno, 80 por cento das
praças estava nas mãos de forcados, sendo um espectáculo mais fácil de montar e
maos barato. No momento actual há várias escolas taurinas (de toureio a pé) a
funcionar, podendo-se ver resultados positivos a médio prazo, digamos que nos
encontramos numa fase de transição".
E sobre um futuro apoderamento, depois
de em Outubro passado se haver desligado do matador António Ferrera, alvitra
Rui Bento:
"Sou um profissional, vivo de forma
apaixonada por e para o toiro, actualmente estou muito envolvido neste
ambicioso projecto, portanto com uma grande responsabilidade, estamos à espera
do que aconteça em Madrid, só depois tomarei qualquer decisão nesse
sentido...".
(Leia a entrevista na íntegra em
www.opinionytoros.com)
Fotos opinionytoros.com