segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Grande entrevista ao site "opinionytoros": Rui Bento admite "toiros de morte" em Lisboa




Numa grande entrevista ao site "opinionytoros", o gerente da primeira praça do país, Rui Bento, admite a possibilidade de a médio prazo se poder realizar no Campo Pequeno uma corrida integral (toiros de morte). Questionado sobre essa hipótese, o antigo matador responde textualmente: "Prefiro ser cauteloso nesse sentido, ao longo destes anos mantive contactos com gente de peso no âmibito da política. As relações são muito boas, estamos no caminho certo, em que se estão tocando nas teclas adequadas para lograr objectivos que seriam impensáveis há uns anos atrás".
O tema da candidatura à adjudicação da Monumental de Madrid abre a entrevista, publicada no sábado e realizada precisamente na última semana, no dia em que foi rejeitada pela Comunidade Autónoma de Madrid a proposta integrada pela Sociedade Campo Pequeno (Rui Bento) e pelos empresários espanhóis Tomás Entero e Juan Carlos Beca Belmonte.
"Perdeu-se uma batalha, há algum resquício de esperança?" - questiona o jornalista.
E Rui Bento responde:
"Apresentou-se um recurso à Comunidade de Madrid. Há que esperar o desenrolar dos acontecimentos. Tínhamos posto muita ilusão e muito trabalho na nossa proposta. É uma proposta aberta, com o olhar posto no futuro, em que pensámos no aficionado, público de las Las Ventas, e no interesse da Festa em geral. Todavia, desde o início assistimos a movimentos raros, estranhos, intencionados. A pouco e pouco, foram-nos colocando obstáculos e fechando portas, até chegar à situação actual. Agora só nos resta esperar".
O antigo diestro acrescenta, a este propósito, reconhecendo que o mal na Festa "está cá dentro" e que é necessária mais união:
"Temos que reconhecer que os anti-taurinos estão bem organizados, mas não é menos certo, em minha opinião e mais com o que está ocorrendo nestes dias com o concurso de Las Ventas, que o problema está cá dentro. Faz falta mais união e respeito entre os profissionais e deixar de atirar pedras aos nossos próprios telhados, um exemplo claro é o que aconteceu na Catalunha".
Sobre o Campo Pequeno, que Rui frisa ser uma praça de primeira "não apenas em Portugal, mas assim considerada a nível mundial", o gestor taurino considera "muito positivo" o balanço das últimas temporadas, a que vieram praticamente todas as grandes figuras do mundo, exceptuando José Tomás e "Manzanares", realçando que "tem sido feito um trabalho para cativar a juventude, não podemos esquecer que o futuro está nas suas mãos", congratulando-se pelo facto de "grande parte do público que hoje frequenta a praça ser composto por jovens entre os 16 e os 25 anos".
Questionado sobre a ausência de um matador de toiros português nas grandes feiras de Espanha, Rui Bento reconhece que "essa é uma espinha que temos cravada, desde a retirada de Vitor Mendes".
E explica:
"Nos últimos 25, 30 anos, o mundo do toiro em Portugal esteve nas mãos de gente directamente ligada ao toureio a cavalo e aos forcados. Até à reinauguração do Campo Pequeno, 80 por cento das praças estava nas mãos de forcados, sendo um espectáculo mais fácil de montar e maos barato. No momento actual há várias escolas taurinas (de toureio a pé) a funcionar, podendo-se ver resultados positivos a médio prazo, digamos que nos encontramos numa fase de transição".
E sobre um futuro apoderamento, depois de em Outubro passado se haver desligado do matador António Ferrera, alvitra Rui Bento:
"Sou um profissional, vivo de forma apaixonada por e para o toiro, actualmente estou muito envolvido neste ambicioso projecto, portanto com uma grande responsabilidade, estamos à espera do que aconteça em Madrid, só depois tomarei qualquer decisão nesse sentido...".

(Leia a entrevista na íntegra em www.opinionytoros.com)

Fotos opinionytoros.com