Miguel Alvarenga - Extraordinário! A minha filha Maria Ana
foi à "tropa" no ano passado e tudo correu normal. O Guilherme foi
hoje e, como sempre se passa com ele (tem algum azar), houve merda! Passo a
explicar: deixei-o às 8 da matina na Praça D . Luis (ao lado do Mercado da
Ribeira) onde uma camioneta "autopulman" guiada por um militar foi
buscar a rapaziada para o "Dia da Defesa Nacional" - hoje em dia os
miúdos são obrigados a fazer "um dia de tropa" depois de cumprirem os
18 anos.
Seguiram para a Base do Alfeite. A
"tropa" terminou às 17 horas. No regresso para Lisboa (imaginem!) um
dos miúdos acendeu na carrinha um "charro"! Resultado: o condutor
militar (dou-lhe toda a razão) perdeu a cabeça e mal passaram a Ponte Salazar,
dirigiu o veículo para a Esquadra da PSP (Alcântara), já nem levando os miúdos
de novo para a Praça D. Luis, onde todos os pais os aguardavam! Viagem
acidentada!
Na PSP foram revistados um a um. O
Guilherme, por sorte, foi logo o primeiro. Telefonou-me a seguir a contar a
"aventura". Saíu da esquadra - "limpo" - apanhou um
autocarro (por acaso tem o passe em dia, mas se não tivesse, como era, a
"tropa" deixava-o ali só porque um fumou um "charro"? E que
culpa tinha o meu filho?) e seguiu viagem! Lindo serviço! Tropa fandanga. Se
tinham que deixar os miúdos na Praça D. Luis, que os revistassem todos e depois
os deixassem lá. Que estupidez de país...
Ao fim e ao cabo, passaram
38 anos mas tudo continua igual. A nossa "tropa" são os mesmos
palhacitos que fizeram o "25 de Abril"...
Foto Rita Barreiros