Apesar da fortíssima tradição tauromáquica na cidade - um verdadeiro "ninho" de grandes forcados, terra de bons cavaleiros e cidade "adoptiva" de famosos matadores, ali tendo vivido e trabalhado Manuel dos Santos e feito a tropa José Falcão - o executivo da Câmara Municipal de Tomar chumbou na reunião do passado dia 19 a proposta apresentada pelos "Independentes por Tomar", que pretendiam classificar a Tauromaquia, à semelhança do que já foi feito em mais de trinta municípios, como "Património Cultural e Imaterial de Interesse Municipal".
A proposta foi reprovada com (imagine-se!) três votos contra do PSD e dois do PS.
Os independentes teceram ao jornal "O Mirante" duras críticas a Carlos Carrão e José Perfeito, respectivamente, presidente e vice-presidente da autarquia, ambos do PSD, que numa fase inicial se tinham "mostrado favoráveis" a esta pretensão.
"Assumiram que votariam favoravelmente e posteriormente, numa reviravolta mirabolante, apenas acessível a pessoas com coluna vertebral de incrível fexibilidade, mudaram radicalmente de opinião e votaram contra", disseram em conferência de imprensa na passada terça-feira.
O Partido Socialista veio entretanto a terreiro para reconhecer que "apesar de a tauromaquia se encontrar fortemente enraizada na cultura tradicional portuguesa no seu todo, possui, contudo, expressão de particular relevância em algumas regiões ou lugares, mas que não é esse o caso de Tomar"...
Foto M. Alvarenga