Francisco Morgado, director do jornal "Olé" (na foto de cima, com Mila Loureiro na corrida de sábado passado em Elvas) responde aqui ao bandarilheiro/forcado e ex-novilheiro Hugo David "Niño del Rio" (foto ao lado), que esta semana e conforme aqui noticiámos, "atacou forte e feio" aquela publicação na sua página da rede "Facebook", insurgindo-se contra a capa da edição desta quarta-feira, que fazia manchete com o "espectáculo" dos Bastinhas a duo na última corrida de Elvas. Hugo David defendeu que o triunfador dessa corrida foi Moura Caetano e insinuou mesmo que os colaboradores do jornal "Olé" eram "uns vendidos". Morgado diz agora de sua justiça:
Da publicação da peça no "Farpas
Blogue" - Sendo eu jornalista, tal como o Miguel, ambos sabemos que a
publicação de matérias escritas respigadas do âmbito de um meio privado de
comunicação (Facebook) depende sempre de critérios editoriais e seria eu o último
a denegar essa liberdade de escolha.
Cada um veicula no meio de comunicação
de que é responsável o estilo que entende e sob este ponto de vista, não me
compete comentar a decisão que, repito, é livre e cabal.
Do conteúdo da prosa - O autor da prosa
tem obviamente toda a liberdade para discordar dos critérios editoriais do
Jornal "Olé" e sobre isso estamos definitivamente conversados.
Só que o escriba foi mais longe e
porventura entusiasmado em se fazer notar, resolveu entrar pela porta do
insulto, acusando soezmente não só a publicação mas, mais do que isso, englobou
no insulto todos os colaboradores do jornal, sob a capa de uma suposta
ignorância, usada em tom de sarcasmo. Ele é ignorante, mas é macaquinho e sabe
que o insulto tem sempre eco!
Ora é a esse ignorante e
mal-intencionado que eu quero dizer o seguinte:
Se não sabe quem escreve, quem é o
proprietário, quem é o director do "Olé" e quem assinou a crónica,
então é um asno encartado - porque embora conseguindo juntar umas letras e
fazer umas palavras, parece não ter tido capacidade para pegar num jornal e
ler, inteirando-se do que diz não saber. Vem lá tudo explicado na segunda
página, em rodapé.
Se o caso ficasse por aqui, dispensava
eu uma contestação. Mas o atrevido, que tem uma página dessas onde ele pode
vomitar as suas frustrações, resolveu "corajosamente" apelidar de
vendidos os colaboradores do jornal, ampliando quase no fim a sua acusação ao
afirmar que quando olha para os jornais e revistas taurinos só vê mentiras ....
Enquanto ele, ele sim, é que sabe toda a verdade!
Será que o autor deste texto bilioso
folheou o Jornal em causa? Será que conseguiu ler e compreender que o título da
crónica da corrida de Elvas refere precisamente e dá como primeiro destaque, a
actuação do artista que quer enaltecer? (de amigos destes .... devemos nós
livrar-nos e depressa!)
Do Jornal "Olé" - É sobretudo
em defesa da honra de todos os colaboradores do "Olé" que tomo o
tempo para esta resposta, porque muitas vezes, uma acusação sem contraditório é
vista como uma aceitação, já que o povo diz que quem cala consente.
Fique a saber que nesta casa os
critérios jornalísticos se regem por motivos exclusivamente taurinos e que as
capas do jornal "Olé" não estão nem nunca estarão à venda. O critério
do que vai para a capa é de minha exclusiva responsabilidade e orgulhosamente
assumo essa tarefa.
Os toureiros têm à sua disposição a
possibilidade de ter publicidade paga, em anúncios titulados como tal, nos
termos da lei e alguns o têm feito. Mas a capa do "Olé", essa não se
vende!
Dentro da subjetividade e do difícil que
é descrever ou analisar o trabalho de um toureiro na arena, os nossos
colaboradores o fazem com o rigor e com os conhecimentos que têm, com o maior
dos empenhamentos, prestando todos um serviço gratuito ao Jornal e à
tauromaquia nacional.
E sabe porquê? Porque o nosso gosto pela
tauromaquia e pela sua dignidade, é maior do que as nossas necessidades
monetárias individuais.
Vivemos exclusivamente dos nossos
leitores, dos nossos anunciantes. Não recebemos apoios estatais nem dinheiro em
envelopes. Estamos no limiar da sobrevivência, é certo. Mas temos as obrigações
fiscais em dia, pagamos a quem nos imprime o jornal e a quem o distribui.
Andamos na rua de cara descoberta, não
temos nada a temer e por tudo isto, firmemente repudiamos e não aceitamos que
nos chamem de vendidos e ficou por saber a quem, para o seu disparate ficar
ainda mais completo.
Todos nós temos um passado e o podemos
mostrar sem reservas. Será que o mesmo se passa com o autor daquela
prosinha?
Ele, que já pisou as arenas nas mais
variadas condições - novilheiro, bandarilheiro e forcado - sabe ou devia saber,
que na vida e na profissão não basta ter habilidade. É preciso ter senso,
humildade, respeito, numa palavra, é preciso ter cabeça!
Definitivamente, você não tem nada disto
e o resultado está à vista aqui e em outras truculências que tem tido na vida,
algumas nada agradáveis.
Mesmo assim, pode-se entreter a escrever
o que quiser e a quem quiser. Cada um dar-lhe-á a importância que entender. Mas
ofender a honorabilidade dos outros, isso é um caso mais sério, coisa para
homens!
O seu minuto de fama termina aqui! E
acredite que só o teve, porque ainda há por aí gente que aceita tudo o que lê.
Não fora isso e a resposta que esperava, ficava reduzida à sua importância que
é nenhuma.
Francisco Morgado
Director do Jornal "Olé"
Fotos Hugo Teixeira/diariotaurino.blogspot.com e Emílio de Jesus