quarta-feira, 24 de abril de 2013

"Estrala a bomba": empresários rebentam com a Associação de Forcados


Miguel Alvarenga - O inevitável - e esperado - fim do espírito ditatorial da Associação de Forcados aconteceu hoje, depois da conturbada assembleia-geral da Associação de Empresários, ontem no Campo Pequeno, especialmente convocada para discutir o "veto" da forcadagem à empresa dos Tendeiro, a "Gestoiro".
"Encostados à parede", o que acontece pela primeira vez, os forcados foram confrontados com duas hipóteses: ou levantavam o "veto" à "Gestoiro" ou ficavam eles "vetados" pela Associação de Empresários. Uma situação que nunca ninguém imaginou possível, sobretudo devido ao facto de a associação ser presidida por Paulo Pessoa de Carvalho, antigo forcado do Grupo de Montemor e companheiro de José Potier, igualmente antigo forcado do mesmo grupo e presidente da Associação Nacional de Grupos de Forcados.
Ontem mesmo, a Associação de Empresários reuniu no Campo Pequeno, depois de terminada a assembleia-geral, com a direcção da Associação de Forcados, que ali se deslocou com esse propósito. Ouvido o ultimato dos empresários, os forcados ficaram de dar hoje uma resposta, depois de convocarem os seus associados (grupos). Esta tarde e a atestar pelo comunicado e pela posição radical - "veto" - da Associação de Empresários, tudo leva a crer que os forcados não tenham levantado o "veto" à "Gestoiro", o que significa que acabaram por dar um tiro no pé, provocando o próprio fim da associação.
No ponto 4 do comunicado da Associação dos Empresários escreve-se, com alguma "brandura", que a APET "aconselha" os seus associados a "não efectuarem convites a grupos pertencentes à ANGF" - o que não corresponde na realidade ao que ontem ficou decidido em assembleia-geral, por unanimidade. O que ali se decidiu não foi nenhuma espécie de "aconselhamento", mas pura e simplesmente a decisão de não contratar grupos associados se a associação não levantasse o "veto" à "Gestoiro".
O que vai agora acontecer?
Nada do outro mundo. Tudo ficará como dantes. Acaba é a Associação de Forcados. Ou, pelo menos, o espírito ditatorial que a norteava. Os grupos (quase todos) vão continuar a pegar para todas as empresas - e só aqueles que assumirem uma posição solidária e radical com o presidente José Potier e a direcção da ANGF o não farão. Isto é: ficarão quatro ou cinco grupos ao lado da direcção da ANGF. E os outros contra. Já se esperava que isto acontecesse há alguns anos...

Foto D.R.