O empresário António Manuel Cardoso
"Nené" (para os amigos) não é a personalidade que eu mais admiro à
superfície da terra, tipo Deus, mas nos toiros posso garantir aqui e agora a
todos vós que é uma das figuras que mais admiro. É verdade!
O "Nené" tem tudo para quem
gosta desta área...Tem aquele ar de reguila, aquele sorriso de criança marota
e, acima de tudo, tem o sentido de empresário, sente o cheiro das coisas, pois
tem conseguido ao longo dos anos cavalgar os "apetites tauromáquicos"
dos aficionados, sendo esta uma das receitas para ser, ainda hoje, o decano dos
empresários aqui do nosso burgo.
Neste momento vivo um martírio na minha
pacata vida, pois ele, o empresário e amigo "Nené", está de relações
cortadas comigo na sequência de um artigo que eu escrevi no meu blog,
"Diário Taurino", em que referia, com fontes super credíveis, que ele
("Nené") iria apoderar João Maria Branco e preparava-se para lançar o
"isco" à praça de toiros de Estremoz ainda sob os comandos de Rui
Bento/Campo Pequeno.
É verdade que nada disto foi para a
frente, mas também é verdade que tudo isto esteve em cima da mesa e com negócio
fechado... pelo menos a questão de João Maria Branco, até sair a dita
notícia...
A partir desta data, um dos meus ídolos
da Festa começou a alimentar um "ódio de estimação" pela minha
pessoa, tipo aquele que os adeptos do Sporting e Benfica nutrem no decorrer de
um derbi.
Nunca pensei que um super, híper,
monstruoso ídolo que eu tanto idolatrava e que ainda hoje muito venero,
chegasse a este ponto para com a minha pacata pessoa. Mas, infelizmente, a vida
é assim.
Confesso que esta coisa custa-me um
grande bocado, podem acreditar! E não estou para aqui a pensar na treta da
senha para a trincheira (cagando e andando) que entretanto perdi, mas sim nos
sentimentos e na admiração que nós temos por alguém e que, de repente, vai
assim pela sanita abaixo. E tudo isto por causa da puta de uma notícia!
Após a publicação da tal notícia,
encontrei o "Nené" em Sousel, sentou-se a dois palmos da minha pessoa
e nada disse durante a corrida que aí se realizou.
Posteriormente, e por ironia do destino,
voltei a encontrar o prestigiado empresário em Estremoz, na última corrida que
aí se efectuou.
Ao passar por ele, ali bem juntinho à
porta do pátio de quadrilhas, disse assim: "boa tarde, Nené", mas nem
sequer obtive resposta... Porra, um homem assim não é de ferro!
Entretanto, vários amigos em comum, já
tentaram fazer a "ponte" entre os dois (eu e o meu ídolo), mas o
decano empresário está irredutível na sua atitude perante a minha pessoa...
A minha última tentativa passou-se na
última semana, quando solicitei, munido da minha Carteira Profissional de
Jornalista, como ele exige agora, uma senha para a trincheira no sentido de
efectuar reportagem na praça de Évora.
Levei com uma nega e com uma
justificação daquelas... Meu Deus!
Dizia o "Nené" (em nome da sua empresa) no
e-mail: "Respondendo ao seu e-mail, vimos pelo presente informar que como
não solicitamos nenhum tipo de publicidade ao meio de comunicação social que
representa, entendemos que não devemos dispensar uma senha de acesso à
trincheira. Sendo assim negada a acreditação para a próxima Corrida de Toiros
em Évora".
Paciência, respondo eu agora... Lamento
imenso que esta gente do "boi" seja imponente, exemplarmente e irrepreensíveis
a montar uma corrida, mas desconheçam por completo o papel de um jornalista,
aquele que escreve a história para que possam ler o testemunho no futuro.
Ah, entretanto ("Nené" pode ficar
descansado), desisti de apresentar queixa na IGAC contra este e-mail totalmente
absurdo que eu recebi da empresa do "Nené", pois em nada dignifica o
historial imaculado do seu autor.
Seria uma vergonha apresentar isto a
alguém de direito, quando a grandeza do empresário é enorme. Vou poupar ao
amigo "Nené" esta situação, pois tenho princípios e tomei o dito chá
em pequenino.
No entanto uma coisa é certa: vou
continuar a mandar e-mails a solicitar a minha entrada nas corridas que a sua
empresa promove, nem que o meu amigo e querido "Nené" promova uma
corrida na China ou em Timor.
Vai ter que levar comigo!
Em nome da classe (não preciso dessa
merda do Je suis não sei o quê para nada), vou continuar a lutar pelo meu lugar
de destacado realce na Festa, conquistado com respeito e prestigio a pulso há
vários anos... e sem cobrar um centavo de publicidade a ninguém. Nem sequer um
euro por uma notícia, pois assim sou obrigado (respeito a 100%) este pormenor
do código deontológico da minha profissão.
Assim aqui ando de cabeça erguida na
Festa, que o diga o "Nené", por exemplo, quanto é que eu já lhe
cobrei ao longo de todos estes anos por publicidade relativamente aos seus
eventos taurinos.
Orgulhosamente Zero!
Nem cobrei a ele, nem a ninguém!
Nota: "Nené", a vida são dois
dias... ainda temos que beber um Johnnie Walker 12 anos os dois.
Hugo Teixeira
Carteira Profissional de Jornalista nº
6846
Foto M. Alvarenga