Numa lúcida e corajosa entrevista a José Luis Benlloch no programa radiofónico "Aquí El Toreo" da rádio de Valência, o matador de toiros retirado José Miguel Arroyo "Joselito" (foto ao lado) insurge-se contra a polémica decisão do Ayuntamiento de Madrid (autarquia) de retirar o patrocíno e a subvenção à Escola de Tauromaquia Marcial Lalanda (vulgo Escola de Toureio de Madrid) e diz mesmo que "é tempo de irmos para a rua e para a porta do Ayuntamiento manifestar o nosso protesto".
"Porque é que um jovem de Madrid tem direito a ser futebolista, jogador de voleibol, tenista... patrocinado por dinheiros públicos e não pode ter direito a ser toureiro?", questiona "Joselito", ele próprio um fruto da Escola de Madrid, que hoje dirige conjuntamente com "El Fundi" e José Luis Bote.
"Eu procedo de ali. Tudo o que fui devo-o à Escola, Na Escola ensina-se a tourear, mas, acima de tudo, a que sejam homens de bem e a que tenham instaurados valores para serem constantes e pessoas válidas na sociedade. E isso é muito importante em todas as escolas, não apenas na nossa. Um claro exemplo disso sou eu, que estava destinado a ser um ladrão ou traficante e graças à Escola e ao toureio sou o que sou", afirma "Joselito", que já num livro biográfico recordou a sua infância num bairro difícil madrileno, reconhecendo que "andava por maus caminhos" e "se salvou graças ao toureio" e à sua entrada para a Escola Marcial Lalanda. O famoso toureiro considera "um absurdo" a controversa decisão do Ayuntamiento de Madrid de deixar de apoiar a escola de toureio da capital espanhola, de onde sairam grandes figuras do toureio mundial, entre as quais ele próprio e também "El Fundi", José Luis Bote e o saudoso José Cubero "El Yiyo".
Fotos D.R.