A Santa Casa da Misericórdia de Santarém tornou público, no seu site oficial, o Caderno de Encargos para a adjudicação, por um período de três anos, da Monumental "Celestino Graça", com um valor de licitação de 20 mil euros por ano - mas o documento já está a criar alguma polémica entre a classe empresarial taurina.
Primeiro, pela obrigatoriedade de realizar uma corrida de toiros na primeira quinzena de Maio cuja receita reverterá a favor da Santa Casa. Nunca Santarém teve tradição de realizar uma corrida em Maio, a um mês da sua feira e os empresários temem que a mesma venha a prejudicar corridas tradicionais nesse mês, como as das feiras de Azambuja, da Chamusca (Ascensão), da Moita e do Cartaxo.
Por outro lado e por mais incrível que possa parecer, o Caderno de Encargos, no Artigo 7º (Deveres do Concessionário), faz apenas e exclusivamente referência, no que à organização de corridas diz respeito, a essa corrida em Maio. "Não existe qualquer referência à obrigatoriedade de realizar quaisquer outras corridas durante o ano na Monumental de Santarém... nem sequer as da tradicional Feira de Junho...", comenta um empresário.
"Mais grave - aponta-nos outro empresário - é o facto de o Caderno de Encargos omitir claramente que o anterior adjudicatário da praça, a empresa Aplaudir, tem direito de preferência, como aliás já foi referido por um elemento da Mesa da Santa Casa ao 'Farpas'. A existência desse direito de preferência por parte da empresa de João Pedro Bolota deveria obrigatoriamente constar do Caderno de Encargos e não consta".
A abertura das propostas concorrentes está marcada para o próximo dia 3 de Dezembro.
Foto Maria Mil-Homens