Ironias do destino. "Cuchareto", o toiro com o nº 12 da ganadaria espanhola Hoyo de la Gitana, que a 11 de Agosto do ano de 1974 colheu mortalmente o matador português José Falcão (fotos) na Monumental de Barcelona, não devia ter ido nessa tarde para a praça, nem pertencia ao lote escolhido para essa fatídica corrida em que o toureiro vilafranquense perdeu a vida.
A revelação é feita na edição nº 2.040 da revista espanhola "Aplausos", saída em Espanha no passado dia 31 de Outubro e que esta semana foi posta à venda no nosso país, precisamente a mesma que inclui uma grande entrevista com Juan José Padilla e a que aqui fizemos referência há três dias.
José Fernández Prieto, antigo médico veterinário da Monumental de Barcelona, foi quem fez essa revelação numa entrevista à "Aplausos" no ano de 1983 - recorda agora a publicação.
O referido veterinário, que anos antes curou o célebre toiro "Potrico" indultado pelo toureiro Andrés Hernando, explicou nessa entrevista:
"Eu vi a corrida no campo na Semana Santa e depois um dos toiros, creio que o número 17, sofreu uma cornada e foi substituído pelo número 12, que foi o que causou a morte a Falcão".
O saudoso toureiro português foi mortalmente colhido por "Cuchareto" na tarde de 11 de Agosto de 1974, quando actuava ao lado dos matadores Manolo Cortés e Paco Bautista e do rejoneador Álvarito Domecq. Casara-se no Inverno anterior e nem chegou a conhecer a filha, que nasceria poucos meses depois. José Falcão sofreu uma cornada na femural e viria a morrer horas depois.
Fotos D.R. e João Carlos D'Alvarenga