A polémica continua, 24 horas depois da manchete do "Expresso" que sgitou o meio taurino. Rui Gustavo, o jornalista autor da peça, garante ao "Frapas" que "foram aquelas as declarações" do presidente da PróToiro. Pessoa de Carvalho continua a garantir que "não disse aquilo" e hoje "dá a volta" numa entrevista ao "Correio da Manhã", afirmando que "tourada sem sangue é uma coisa infalível"
Ao "Expresso", garante o jornalista Rui Gustavo (foto ao lado), Paulo Pessoa de Carvalho (foto de cima), presidente da Federação PróToiro, admitiu mesmo que o uso de velcro no dorso dos toiros para haver touradas sem sangue "pode ser uma solução" se "a tourada tiver que se adaptar a uma nova realidade".
A afirmação caíu que nem uma bomba no meio taurino e nas redes sociais foram inúmeros os aficionados que "se atiraram" a Paulo Pessoa. Pouco depois de o "Expresso" chegar ontem às bancas, a PróToiro emitiu um comunicado desmentindo a afirmação do seu presidente e ao final do dia, em declarações ao "Farpas", o antigo forcado e também presidente da Associação Portuguesa de Empresários Tauromáquicos (APET), voltou a desmentir afirmando que "é impensável que tivesse dito isso, o jornalista é que entendeu mal, o que eu disse foi que o uso do velcro foi uma solução na Califórnia para que ali não acabassem as touradas, não estava a falar de Portugal".
Ao "Farpas", o jornalista Rui Gustavo garantiu que "não há equívoco nenhum, foram aquelas as declarações e naturalmente que mantemos tudo o que foi escrito".
Já hoje, em entrevista ao "Correio da Manhã", o mesmo Paulo Pessoa de Carvalho afirma que o uso do velcro nos toiros não é uma solução para acabar com a polémica sobre a tourada.
"Isso é uma não solução. Entramos num campo para agradar a gregos e troianos e em coisas que são infalíveis", afirma o presidente da Prótoiro. E acrescenta:
"A PróToiro está, claramente, contra essa possibilidade (da tourada sem sangue). A PróToiro fará tudo para que isso não vá para diante, porque isso compromete tudo aquilo que é a corrida de toiros à portuguesa. como é conhecida. Isso é uma antítese da tourada".
Questionado ainda sobre se numa época em que tanto se fala da necessidade de haver mais tolerância, esta polémica é uma manifestação de intolerância em relação à tourada, responde Paulo Pessoa de Carvalho:
"Acima de tudo, é uma manifestação de intolerância acoplada de desconhecimento (sobre a realidade em torno da tourada). Está-se a querer arranjar uma coisa politicamente correcta, não avaliando a dimensão do impossível da questão".
Fotos Maria Mil Homens e @Rui Gustavo/Facebook