quinta-feira, 2 de abril de 2020

Campo Pequeno: empresários consideram que o caderno de encargos já está "desajustado" face à crise que aí vem



Todos os funcionários da empresa do Campo Pequeno foram ontem para casa ao abrigo do regime de lay-off. Álvaro Covões pode vir a fazer marcha atrás no negócio da compra da exploração da praça. E os empresários taurinos dizem que o caderno de encargos do concurso neste momento já está "desajustado" face à crise económica que resultará desta grave situação em que vivemos

A empresa Plateia Colossal, que gere o Campo Pequeno, dispensou ontem todos os seus funcionários, que foram para casa no regime de lay-off, que prevê que recebam apenas 66% do seu salário base bruto, sendo 70% desse montante assegurado pelo Estado e 30% pela empresa.
Álvaro Covões tem a sua principal actividade - realização e promoção de concertos musicais - parada, não se sabe ainda se levará a cabo o festival Nos-Alive em Julho e a hipótese de alugar seis datas para a efectivação de corridas de toiros este ano na praça está também cada vez mais incerta.
O concurso que promovera ficou adiado para quando terminar o Estado de Emergência, que hoje foi revogado por mais quinze dias e depois de 17 de Abril deverá sê-lo novamente e neste momento de crise há mesmo empresários que seriam potenciais candidatos e agora encaram a possibilidade de já o não ser, não apenas pela incerteza quanto à possibilidade de se realizarem touradas, mas também por considerarem que os valores referidos no caderno de encargos "já não se ajustam ao estado de crise que estamos a viver".
"Trata-se de um caderno de encargos que até está bem estruturado, mas que 'perdeu a validade' pela gravíssima crise económica que resultará da situação que hoje se vive", diz-nos um conhecido empresário, adiantando que "neste momento e apesar de toda a incerteza que se vive quanto à possibilidade de este ano se realizarem corridas, o caderno de encargos teria que ser todo reformulado e ajustado à realidade que estamos a passar".
Diz-se também que o empresário Álvaro Covões pode agora dispor de um período de seis meses para  repensar toda a situação e, eventualmente, fazer marcha atrás no negócio da compra do Campo Pequeno.

Fotos M. Alvarenga