Os registos são praticamente os mesmos de todos os dias. Deserto o jardim do Campo Pequeno, quase nenhum movimento de automóveis na Avenida da República. A "nossa casa" continua calma e tranquila
Miguel Alvarenga - Aparentemente e ainda bem os portugueses estão a acatar as recomendações restritivas e permanecem em suas casas. Esta manhã lá dei a minha apressada voltinha para comprar os jornais e vi quase ninguém nas ruas.
O jardim do Campo Pequeno, que verdadeiramente se denomina Jardim Marquês de Marialva, está deserto, as ruas também, muito pouco trânsito na Avenida da República, tudo igual aos dias que passam iguais e tão diferentes dos dias que vão distantes.
Os jornais continuam também a dizer todos os dias as mesmas coisas. Deixou de se falar de futebol (que alívio!), dos dinheiros da Isabel dos Santos, do Luanda Leaks e de todos os outros Leaks de qualquer coisa, deixou-se de falar do Sócrates e das outras grandes aldrabices que marcavam o dia-a-dia dos telejornais e agora fala-se só do Covid-19, não discordo, acho muito bem que se fale, mas com conta, peso e medida, já cansa.
A única notícia boa é que a taxa de crescimento de casos baixou ontem, quinta-feira pelo terceiro dia consecutivo. Quer queiram, quer não queiram, quer o critiquem, quer não o critiquem, eu prefiro muito mais o André Ventura. mas a verdade é que reconheço que António Costa tem estado a trabalhar bem, Portugal já foi elogiado pelos franceses pela forma como está a fazer frente a este inimigo invisível que é a pandemia do coronavírus. E como ontem dizia o Presidente da República, tenhamos esperança de que venceremos esta batalha.
Aplaudo a medida governamental de na próxima semana, a das Páscoa, encerrar os aeroportos e proibir as pessoas de circularem para lá do concelho da sua área de residência. Tenta-se desta forma evitar a estupidez dos que ainda projectavam as feriazinhas no reino do Algarve. Quanto mais disciplinados formos, mais cedo este inferno vai acabar.
Taurinamente falando, as notícias também continuam a ser nenhumas. Nem as esperanças, nem as perspectivas de quando voltaremos a ir aos toiros, sabe-se lá. Preparem-se para tempos muito complicados.
Como já aqui prometera, temos que acompanhar os tempos que vivemos, o "Farpas" alargou o seu espaço noticiário a outros temas, que não só a tauromaquia, tem que ser mesmo assim, temos que olhar o futuro de frente e de cabeça erguida, com optimismo e com esperança, sem nos rendermos e sem baixarmos os braços - e a tauromaquia, hoje, é praticamente um tema nulo em termos de notícias.
A vida vai seguir "dentro de momentos", não sabemos quanto tempo vai demorar esta interrupção, mas temos que nos preparar para tudo o que aí vier, com a esperança de que um dia haveremos de ir comer uma mariscada ao "Ramiro", umas enguias ao Tó Manel, uma sopa da pedra ao João Simões, uns belos grelhados ao "Patio Ribatejano" do Pedro Gonçalves em Santarém, um peixe fantástico ao Aposento do Barrete Verde de Alcochete, umas delícias das que nos costuma preparar o Fernando Pessoa no "Alfoz", eu sei lá, havemos de voltar a tantos sítios.
Este ano não vamos ter Santos Populares (também não é coisa que me agrade assim muito...), nem Feira do Ribatejo em Santarém, nem Colete Encarnado em Vila Franca, nem Ascensão na Chamusca, mas espero que já tenhamos feiras de Alcochete e de Abiul em Agosto, de Montemor e da Moita em Setembro e de Outubro em Vila Franca, pode ser que sim, com sorte.
Diz também o governo que na Páscoa os carros só podem circular com duas pessoas lá dentro. A mim não me afecta nada, a minha Vespa só leva dois...
E pronto, cá continuo por casa, a procurar manter vivo o "Farpas" neste período tão complexo e tão difícil, agora sem receitas publicitárias, isto é, a escrever "para aquecer" como os esquentadores, apenas compensado pelas muitas visualizaões diárias que continuo a ter. Obrigado a todos!
E fiquem bem.
Fotos M. Alvarenga