Com 95 anos, vítima do coronavírus, morreu esta noite em Madrid aquele que era o decano dos matadores de toiros, Manolo Navarro. Foi no seu tempo um dos toureiros mais internacionais, tendo actuado em todos os países de tradição taurina e também em lugares tão peculiares como Angola, Moçambique, Estados Unidos e Filipinas
Manolo Navarro, que depois da morte de Angelete em 2018, era o decano dos matadores de toiros, morreu esta noite no Hospital Puerta de Hierro, em Madrid, em consequência de uma pneumonia agravada pelo coronavírus, informaram familiares à agêmncia Efe.
Natural de Albacete, onde nasceu a 20 de Julho de 1924, vestiu pela primeira vez o traje de luces com 18 anos de idade em Quintana de la Orden (Toledo) e debutou dois anos mais tarde com picadores em Tomelloso (Ciudad Real).
Após vários anos a destacar-se como uma das mais fortes promessas dos novilheiros da época, apresentou-se em Junho de 1945 na Monumental de Madrid e tomou a alternativa na Feira de San Jaime em Valência a 25 de Julho de 1947, apadrinhado por Gitanillo de Triana com os testemunhos de Luis Miguel Dominguín e Raúl Ochoa Rovira, frente a toiros de Villagodio. Confirmou a alternativa a 4 de Outubro desse ano em Las Ventas, Madrid, na Corrida da Imprensa, apadrinhado por Domingo Ortega, com Luis Miguel Dominguín e Paco Muñoz como testemunhas, lidando toiros de António Pérez-Tabernero e de Carlos Nuñez.
A 10 de Agosto de 1947, na praça de San Sebastián, actuou ao lado do célebre Manuel Rodríguez "Manolete", dezoito dias antes da morte deste em Linares (28 de Agosto).
Numa entrevista à Efe, Manolo Navarro confessou que aquela tarde "o marcou" para o resto da sua vida, não só por ter conhecido e toureado ao lado do "monstro" cordobés, mas porque "Manolete", que, disse, "possuía na arena uma solenidade que também era simpatia e sentido de humor com as pessoas mais chegadas", lhe confidenciou que tencionava no final desse ano retirar-se das arenas.
Após onze anos no activo, conquistando o respeito e a admiração de todos os companheiros e do público aficionado, em que não só toureou em todos os países de tradição taurina, como também em Angola, Moçambique, Estados Unidos e Manila (Filipinas), Manolo Navarro retirou-se das arenas no México no ano de 1958.
Que em paz descanse.
Fotos "El Ruedo"/aplausos.es