Chama-se Conrado Abad Gullón, tem 94 anos e toda a Espanha - e não só - o conhece como o eterno maletilla. Ontem veio às redes sociais, através de um curto e sucinto video, desmentir a sua própria morte, que havia sido noticiada - não sendo a primeira vez que isso acontece - também nas redes sociais.
"Correram certos rumores de que havia desaparecido para o outro mundo. Mas não: estou entre todos vós. Obrigado a todos os que se interessaram pelo meu estado e pela minha saúde", esclareceu. Felizmente.
Conrado nasceu em Zamora e, como muitos outros, teve um dia o sonho de ser toureiro. Com 16 anos, rumou a terras da Andaluzia, mas não teve sorte e viajou até Salamanca, passando a viver em Ciudad Rodrigo.
Personagem bem representativa da autenticidade da festa de toiros, é ainda hoje referenciado como um dos muitos heróis anónimos (embora não o seja tanto como isso) do fantástico mundo da tauromaquia.
Ao longo da sua vida percorreu tudo o que eram capeias, largadas de toiros e garraiadas, de muleta na mão, a enfrentar os toiros e a demonstrar uma arte que nunca teve o brilho e a fama com que um dia sonhou, mas nem por isso deixou de ser reconhecida em toda a Espanha e inclusivé em Portugal, por onde também andou. "Cortou a coleta" quando fez 80 anos, mas jamais lhe morreu a esperança de ainda um dia vir a conhecer a glória numa arena.
Foi várias vezes homenageado, fotografado ao lado de grandes figuras. E por mais que uma vez, vá-se lá saber-se porquê, foi "enterrado" e anunciaram a sua morte. Aconteceu agora outra vez.
Fotos D.R.