quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021

Manuel dos Santos: ídolo de Portugal morreu há 48 anos

Cumprem-se hoje, 18 de Fevereiro, exactamente 48 anos sobre o triste dia da morte do matador de toiros, ganadeiro e invulgar empresário Manuel dos Santos. Já retirado das arenas, a antiga glória do nosso toureio a pé era, ao tempo, empresário da praça de toiros do Campo Pequeno e de outras.

O mais popular dos matadores de toiros nacionais foi vítima de um acidente de automóvel em Vendas Novas, ocorrido na véspera (17 de Fevereiro de 1973), quando regressava de uma visita à sua ganadaria - denominada Porto Alto - em Alcáçovas, na Herdade das Almargias


Viajavam no mesmo automóvel o filho do toureiro, Manuel Jorge Diez dos Santos, que escapou ileso; o seu antigo e fiel moço de estoques e ao tempo um dos seus braços direitos na empresa do Campo Pequeno, Manolo Escudero; e o maioral da ganadaria, Manuel Francisco Piteira Dias. Os dois últimos morreram no acidente. Manuel dos Santos foi internado em Lisboa no Hospital Particular (já desaparecido), onde registou ligeiras melhoras na manhã seguinte, mas acabou por morrer à tarde, deixando o país em estado de choque.


O corpo do antigo matador esteve em câmara ardente na Igreja de São João de Deus, em Lisboa (na capela ao lado estava o corpo de Manolo Escudero) e a Praça de Londres transformou-se num verdadeiro mar de gente que lhe quis prestar a derradeira homenagem.


O enterro, no dia seguinte, no cemitério da Golegã, foi uma emotiva manifestação de pesar, com o povo na estrada, ao longo do percurso, aclamando Manuel dos Santos à passagem da carrinha fúnebre.


Manuel dos Santos despedira-se das arenas em Outubro de 1953 no Campo Pequeno, mas reapareceu em 1960 e manteve-se activo durante cinco temporadas, em que actuou em grande número de corridas, em todas as praças portuguesas, mas também no México. Continuou depois ainda a tourear em festivais. Actuou pela última vez poucos meses antes da sua morte, em Setembro de 1972,  num festival tauromáquico na praça de toiros de Espinho, de que era empresário.


Fotos D.R.

Capa da revista "Flama" há 48 anos

O filho e a viúva junto à urna,
vendo-se atrás o saudoso crítico
tauromáquico Saraiva Mendes

Milhares de portugueses nas ruas no dia do funeral, à
passagem da carrinha funerária na última viagem de
Lisboa à Golegã, onde foi sepultado

Manolo Escudero (com seu filho Vítor): o fiel braço-direito
de Manuel dos Santos também morreu no acidente

Manuel dos Santos com seu Mestre, o saudoso Patrício Cecílio

Manuel dos Santos com sua Mulher, a mexicana Glória Diez
dos Santos, que morreu no ano passado

Mestre João Núncio brindado uma lide a Manuel dos Santos

Manuel dos Santos: um ídolo de Portugal


Cartaz do último festival em que Manuel dos Santos
actuou, na praça de Espinho, em Setembro de 1972,
poucos meses antes de morrer