O valente grupo de forcados Amadores do Aposento da Moita cumpriu ontem a tradição de nos brindar com uma "encerrona" de pegas (claro que umas melhoras que as outras) na sua habitual presença em solitário na corrida de quinta-feira da Moita em festa, depois do mais antigo grupo da terra, os Amadores da Moita, terem tido na primeira corrida uma actuação a todos os títulos memorável.
Os toiros de Passanha, mais "moles" nas lides e mais "acordados" para a forcadagem, não facilitaram a vida aos forcados do Aposento, mas eles puxaram dos seus galões, a começar pelo cabo Leonardo Mathias, e cumpriram uma noite de emoções, mas sem grande triunfalismo. Na próxima quinta-feira estarão no Campo Pequeno.
Aqui ficam as sequências das sete pegas.
Fotos M. Alvarenga
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O cabo Leonardo Mathias deu o exemplo e abriu a noite. É um dos grandes forcados da actualidade e isso mesmo ficou "dito" na grande pega que fez e que até pareceu a coisa mais fácil deste mundo. Bonito no cite, cheio de técnica e poderio a recuar e a receber o toiro, fechou-se com galhardia, o grupo ajudou na perfeição e ficou assim dado o mote para uma noite de pegas que depois não foi tão triunfal como a primeira. Em noite de celebração dos 70 anos da "Casa das Enguias", Leonardo brindou à família Barata Gomes, proprietários do afamado restaurante de todos nós |
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Percebeu-se pelo brinde a todo o grupo e depois a sua Mulher que esta seria a última pega de João Ventura, um forcado que ao longo de 11 anos fez história e foi figura entre os seus pares. Consumou ao primeiro intento, mas apesar de nunca ter saído da cara do toiro, não terá ficado correctamente fechado (ficou de lado). Mesmo assim, a pega ficou feita e por ter sido a última (sem despir a jaqueta), o público da Moita despediu-se de Ventura com uma calorosa ovação. Adeus, grande Forcado! |
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Para a cara do potente terceiro toiro da noite foi o experiente e portentoso Martim Cosme Lopes. Sofreu na primeira tentativa um violento derrote que o tirou, acabou por consumar com decisão, e muito bem ajudado, à segunda tentativa |
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Violentamente "despejado" nas duas primeiras tentativas, chegando a viver-se momentos de angústia na praça, com um companheiro a "voar" literalmente para cima dele protegendo-o da investida do toiro, como está bem patente numa das fotos, Tiago Nobre executou a quarta pega da noite à terceira tentativa |
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Manso perdido, o quinto toiro encostou-se às tábuas desde o primeiro momento e obrigou Luis Rouxinol Jr. a uma lide de um valor tremendo com ferros a sesgo e em terrenos de grande compromisso. Há toiros impegáveis, disse-me um dia o grande Nuno Salvação Barreto - e este era um deles. O Aposento solucionou o assunto com uma valente pega de cernelha executada por António Ramalho e João Serrano |
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O sexto toiro foi pelo seu caminho, não derrotou, teve apenas a força de um comboio TGV, "meteu mudanças" e não mais parou. Tiago Valério aguentou a força bruta do animal com estoicismo e técnica e o primeiro ajuda teve uma intervenção notável e decisiva, sendo também chamado à praça no final e com toda a justiça. Os dois valorosos forcados repartiram os aplausos com o jovem cavaleiro Duarte Fernandes, que ontem foi um dos triunfadores maiores |
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Em sétimo e último lugar saíu à arena um novilho "com gatos na barriga" da ganadaria Ribeiro Telles para o jovem e promissor cavaleiro amador Tristão R. Telles Guedes de Queiroz, que com ele triunfou. O cabo mandou saltar à arena os forcados do futuro. E apesar de ser um novilho, esta acabou por ser a pega mais complicada da noite. Depois de várias tentativas em que o novilho pura e simplesmente "despejou" o grupo todo, Manuel Queiroz acabou por consumar a pega com uma primeira ajuda decisiva e eficaz do veterano Martim Cosme Lopes. que já fora autor da terceira pega da noite |