Miguel Alvarenga - O resultado eleitoral de ontem, embora muitos esperassem - e também quase ninguém esperasse... - a maioria absoluta do Partido Socialista, é, feitas as contas e para o lado que nos importa, altamente positivo para a Tauromaquia.
António Costa sózinho - que é como quem diz, com maioria parlamentar - será uma coisa, aliado ao PAN (cenário que foi o grande fantasma que assustou todos os eleitores aficionados) seria outra. Bem mais perigosa.
Há que reconhecer, com seriedade e a frontalidade que sempre foi apanágio dos homens dos toiros, que o PS teve ontem uma maioria estrondosa e histórica. Por um lado, isso significa que os portugueses penalizaram a Esquerda que levou à dissolução da Assembleia da República, mostraram um cartão vermelho à Geringonça, acabaram com o PCP, com os Verdes, com o Bloco de Esquerda e com o PAN, deram razão ao Presidente Marcelo (que sai nitidamente reforçado deste acto eleitoral) e apostaram numa situação que, quer se queira, quer se não queira, traz uma maior estabilidade governamental. E uma maioria absoluta não é assim tanto um papão...
O PS elegeu vários deputados que são a favor da Tauromaquia, entre os quais Pedro do Carmo, Carlos César e Maria da Luz Rosinha. E uma coisa era António Costa ter que fazer "favores" ao PAN, como já os fez em situações anteriores; outra coisa é o PAN ter perdido toda a expressão e ter ficado reduzido no Parlamento a uma única deputada - que agora deixou de ser moeda de troca e jamais conseguirá fazer passar as suas metas ditatoriais.
Por água abaixo foram todas as forças anti-taurinas, os Verdes, o Bloco de Esquerda, o PAN. O que é um alívio para nós.
O PSD teve a derrota em que muitos se recusavam a acreditar - mas que estava na cara. Rui Rio andou quatro anos a dizer que era de esquerda e a fazer o papel de yes minister em relação a Costa. De repente, num mês, tentou mudar tudo, mas não foi a tempo. Agora queixou-se de que a Direita o abandonou e preferiu votar na verdadeira Direita - o Chega - em lugar de lhe conceder o chamado voto útil. Já disse que ia embora, mas deixa na bancada parlamentar, também, algumas vozes defensoras da Tauromaquia, como António Prôa e Fernanda Velez.
O partido Iniciativa Liberal, que também não é contra a Tauromaquia, elegeu oito deputados. O Livre (anti-taurino) elegeu o seu líder e também não terá grande expressão a nível parlamentar. E o Chega foi, sem dúvida, o grande triunfador. Cortou as orelhas e os rabos e saíu em ombros.
É agora a terceira força política do país, elegeu doze deputados e entre eles está Pedro Pinto, que é um dos nossos e que daqui felicito. Passando de um deputado para doze, o Chega cresceu, consolidou-se como a voz maior da oposição ao Governo. Coisa que Rui Rio nunca foi nos últimos quatro anos.
Feitas as contas, temos, quer gostemos, quer não, que nos congratular pela maioria absoluta de António Costa e do Partido Socialista. Não será, obviamente, aquilo que muitos de nós queriam. Mas é acima de tudo um grande alívio o PS deixar de ser refém das ideias ditatoriais e do proibicionismo do PAN que Deus tem.
Por fim, lamento o desaparecimento do CDS - partido que desde sempre defendeu a Tauromaquia com unhas e dentes, sem complexos e que foi um dos mais importantes partidos de Portugal durante anos a fio. Mas a Direita agora chama-se Chega. O barco chegou a bom porto.
Mesmo assim e com um cenário novo que agora todos analisarão à sua maneira e ao seu gosto, é preciso não esquecer que a Abstenção foi uma vez mais bem expressiva. Quase metade do país não votou. O PS teve maioria absoluta. Mas apenas de metade dos portugueses.
Seja o que Deus quiser, mas mau para a Tauromaquia não será certamente. Ou pelo menos será muito menos mau do que se tivéssemos que levar outra vez com Costa aliado ao PAN...
Foto D.R.