Frontal e trazendo mesmo alguma polémica para a praça pública, o secretário-geral da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), Luis Mira, abordou o tema da tauromaquia numa extensa entrevista à jornalista Sandra Peres Pinto no semanário "Nascer do Sol", pondo o dedo em algumas feridas, considerando que "as cidades perderam a cultura das corridas de toiros muito por culpa dos toureiros, porque para se defender uma determinada coisa é preciso o protagonista dar a cara" e nos dias de hoje em Portugal, afirma, "não existe nenhum toureiro que seja figura pública".
"Vamos a Espanha e existem sete, dez toureiros que são figuras públicas. São reconhecidos em qualquer parte do país e fazem anúncios das mais prestigiadas marcas espanholas. Como é conhecido um cantor ou um chef", acrescenta Luis Mira, afirmando ainda que "hoje tem mais estatuto ser chef em Portugal do que ser toureiro".
O secretário-geral da CAP recorda ainda que "há uns anos, o Mestre Batista fez o anúncio da Gillette" (corrigimos, era um anúncio do creme Palmolive e não da Gillette, mas o engano não tem qualquer relevância), "acho que isso diz tudo".
"Na altura, quem fazia o anúncio cii da Gillette não era o Cristiano Ronaldo, isto demonstra a importância que tinham as corridas de toiros", acrescenta, considerando que "há uma necessidade de existirem protagonistas dos próprios toureiros".
Luis Mira afirma ainda na entrevista que a tauromaquia "em Espanha ´ºe mais puritana do que cá, porque o toiro não tem os cornos protegidos porque não há pegas. São coisas distintas".
Foto M. Alvarenga