Miguel Alvarenga - Há dias que amanhecem mais tristes, mais estúpidos, mais sem razão de ser e o de hoje foi um deles. Manhã cedo, ligou-me o Xico Costa: "Morreu o nosso grande amigo João Lira". Grande amigo, mesmo. De há uns quarenta anos, do tempo dos Forcados Lusitanos - de que foi emblemático rabejador. Antes, passara pelos Amadores de Beja, pelos de Cascais e pelos do Colégio Nun'Álvares de Tomar.
Sabia que o Lira tinha vários problemas de saúde, que recentemente tinha sido operado e que estava em recuperação. Diz-me agora o Xico Costa que as coisas se complicaram, que teve que ser internado em Lisboa em São José e que morreu esta manhã. Tinha 74 anos. Nada fazia prever este desfecho.
O João era uma pessoa fantástica, delicado, afável, divertido, amigo de seu amigo. Um apaixonado pela Festa - e por Vila Franca de Xira. Em dia de corrida, era vê-lo sorridente pela trincheira da "Palha Blanco", era há anos funcionário das portas daquela a que chamava "a sua praça".
E tinha o seu lugar de venda de peixe, de que se orgulhava, no Mercado de Vila Franca. Rei do Peixe, dizia dele próprio, sempre com um sorriso.
Vivemos e partilhámos muitas histórias juntos, com o Xico Costa, com os Forcados Lusitanos, nos últimos anos nas almoçaradas que tantas vezes o próprio Lira organizava e onde nos divertíamos sempre muito a recordar episódios dos tempos dos forcados.
Perdemos todos um grande amigo, como bem disse o Xico. Descansa em paz, João Lira.
A sua Mulher, Luísa, suas filhas Catarina e Vânia, suas netas Carolina e Maria e restante Família enlutada, endereçamos as maios sentidas condolências.
Fotos M. Alvarenga e D.R.
Las Ventas, Madrid, anos 80, Forcados Lusitanos |
Num festival no Montijo com Francisco Costa (e em baixo, também, ambos assistindo a uma corrida) |