Moura Caetano era o cabeça de cartaz e obteve um bom triunfo no seu segundo toiro |
Fernando José (texto e fotos) - Cumprindo a tradição, a 20ª corrida de toiros da vila da Benedita (Alcobaça), realizada no último domingo, resultou em mais uma grande sucesso de praça cheia.
Uma agradável tarde de toiros em que todos os artistas deram o seu melhor, o que mereceu a partilha de aplausos pelos aficionados.
Abriu praça Moura Caetano, que tinha assinado o seu nome na corrida inaugural, ou seja, há 20 anos atrás. O cavaleiro de Monforte entrou motivado para mostrar o seu valor, só que pela frente teve um bonito toiro de António Valente que saíu bem à praça, mas cedo ganhou "crença" na porta do curros, não permitindo a Moura Caetano qualquer pormenor de relevo. Para a cara do toiro foi o forcado Tiago Silva, dos Amadores de Lisboa, que pegou à primeira sem dificuldade, com boas ajudas dos seus colegas.
O segundo toiro saiu para Paulo Jorge Santos, um cavaleiro que goza de grande simpatia na vila da Benedita. O exemplar da Casa Prudêncio não facilitou nada ao cavaleiro vilafranquense, que levou um toque violento, felizmente sem consequências, tendo de seguida cravado a ferragem, arrimando-se sem, no entanto, aquecer as bancadas. Para a cara do toiro de Prudêncio foi David Canejo, dos Amadores de Coruche, que apenas o conseguiu pegar à quarta tentativa, a sesgo, depois de três fortes derrotes.
O terceiro toiro saiu para Joaquim Brito Paes, um jovem cavaleiro que se está a afirmar como um dos melhores da nova geração e desde cedo o mostrou, lidando a gosto, preparando bem as sortes, cravando na perfeição, toureando com muita alegria, terminando a sua actuação com um "palmito". Para a cara foi Pedro Félix, dos Amadores de Lisboa, que pegou à primeira com galhardia.
Na segunda actuação, o cavaleiro Moura Caetano protagonizou uma lide ao nível a que nos habituou, muito perfeito na colocação nos terrenos, tal como a cravar a ferragem e a bregar um belo exemplar da ganadaria Prudêncio que mostrou bravura. João Carlota, dos Amadores de Coruche, pegou a segunda tentativa com boas ajudas.
Diz o ditado popular que "não há quinto mau" e assim aconteceu na Benedita com um toiro da divisa Valente que saiu com trapio, com força permitindo uma excelente actuação a Paulo Jorge Santos, com uma grande entrega, ladeando o toiro muito ao gosto dos aficionados, sobressaindo o último curto em que trazia o exemplar de Prudêncio junto das tábuas e de repente de vira, grito bem alto "toiro bom" e crava um ferro de alto a baixo, pleno de perfeição, talvez o melhor da corrida.
Rodrigo Piedade, dos Amadores de Lisboa, executou à primeira uma pega vistosa.
A fechar a função entrou de novo Brito Paes, muito saudado pelos inúmeros amigos que tem na região e retribuiu com a melhor actuação da corrida. Esteve muito bem em todos os momentos, lidou, cravou e bregou sempre na perfeição. Tiago Pata, dos Amadores de Coruche, executou uma primeira tentativa brilhante, tudo fez para ficar na cara do toiro, mas um derrote forte tirou-o. Motivado na segunda execução, o jovem forcado fechou-se bem e assinou a pega da tarde.
Em nossa opinião, a 20ª corrida da Benedita encerrou de forma louvável, melhor lide, melhor pega e melhor toiro. Brito Paes chamou à praça o proprietário da ganadaria Casa Prudêncio, João Santos Andrade (presidente da Associação de Ganadeiros) para partilhar os fortes aplausos vindos das bancadas.
A corrida foi bem dirigida por Fábio Costa, que esteve assessorado pelo médico veterinário Jorge Moreira da Silva. O cornetim foi José Henriques.
Para a história fica mais um bom espectáculo. Está de parabéns a organização liderada por João Guerra e há ainda a registar uma notável actuação da Banda Filármónica de Turquel que comemora este ano o seu 110º aniversário.
Paulo Jorge Santos triunfo com o seu segundo toiro, da ganadaria António Valente |
Brito Paes fechou a tarde com um triunfo notável frente a um belíssimo toiro de Casa Prudêncio |
Banda Filarmónica de Turquel celebra 110 anos |
Fábio Costa (ao meio) dirigiu a corrida, assessorado pelo médico veterinário Jorge M. Silva. José Henriques foi o cornetim |