Bastinhas e Joaquim Grave - dois grandes triunfadores da primeira corrida do Campo Pequeno |
O Campo Pequeno encheu "até às bandeiras", mas não esgotou - e tinha que ter esgotado. Tiraremos depois as conclusões necessárias. Agora fica um breve resumo daquilo que foi a primeira das quatro noites da temporada na primeira praça do país. Houve um grande ambiente. E a corrida foi muito boa.
Joaquim Grave merecia ter dado uma volta à arena pela seriedade, pelo trapio, pelo comportamento, pela transmissão e pela emoção que deram os seus seis toiros. Mas não deu. Alguma coisa está errada no reino das touradas...
Estavam dois prémios em disputa, um para o melhor grupo e outro para a melhor pega. O júri era composto pelas duas glórias dos Forcados que foram homenageados, Nuno Megre e João Cortes.
Melhor grupo foi eleito ontem o de Santarém. Certíssimo.
Melhor pega foi eleita a terceira da noite, de Francisco Cabaço, dos Amadores de Santarém. Certo mais ou menos. Discutível.
Cabaço é um forcado e pêras. O toiro fugiu ao grupo, veio para o meio da arena e ele nunca dali arredou pé. A praça explodiu. Foi uma pega super emocionante. Mas, tal como escrevei a propósito da outra pega "fora do normal" de José Pedro Suissas, cabo dos Amadores do Montijo, no domingo na Monumental do Montijo, escrevo aqui igual: uma pega é para ser consumada por oito forcados, não só por um. E esta foi feita por Francisco Cabaço. Os ajudas chegaram muito depois. Discutível, por isso, a atribuição do prémio.
A melhor pega, para mim, foi a seguinte dos Amadores de Santarém, a quinta, consumada por Joaquim Grave com o grupo a ajudar em pleno. Mas não discuto o critério de dois monstros da forcadagem como Megre e Cortes. Se optaram por premiar a pega de Cabaço, é porque a pega de Cabaço foi a melhor, ponto final. Eu tenho a minha opinião. Mas a deles vale muitíssimo mais que qualquer outra.
No que aos cavaleiros diz respeito, foi a noite de plena consagração de Marcos Bastinhas, espectacular nos dois toiros; e a noite de afirmação absoluta de António Telles Filho, que superou claramente o desafio de estar pela primeira vez com Graves em apertada competição com dois consagrados na praça mais importante do país..
João Moura Júnior redimiu-se no quarto toiro e brilhou com oa ladeios e com duas mourinas. No primeiro toiro, duríssimo, sério, com teclas e a pedir contas, esteve muito abaixo do seu melhor e sofreu mesmo um grande susto com uma colhida junto às tábuas que o projectou para dentro da trincheira. Decididamente, não esteve nos seus dias (noites).
Uma coisa fantástica: ouviu-se e percebeu-se tudo aquilo que disse Margarida Calqueiro. Finalmente arranjado o som do Campo Pequeno! Aleluia!
Ao longo desta sexta-feira, vamos aqui trazer todas as fotos e a detalhada análise de Miguel Alvarenga. Não percam!
Fotos M. Alvarenga
Consagração de Bastinhas e afirmação do novo Telles |
Moura Jr. "encastou-se" e "recuperou o tempo perdido" depois de um grande susto no primeiro toiro |
Fernando Fetal, bandarilheiro de António Telles Filho, foi "atropelado" pelo sexto Grave, mas felizmente nada sofreu |
Melhor pega: a de Francisco Cabaço (Santarém) ao terceiro toiro |
Melhor grupo: prémio atribuido ao de Santarém |