Economicamente, não foi muito agradável para a empresa Ovação e Palmas, de Luis Miguel Pombeiro, o resultado da corrida mista que ontem promoveu na praça "Dr. Ortigão Costa" em Azambuja, que registou uma entrada de meia casa - apesar da diversidade do cartel, com cavaleiros com estilos para todos os gostos e ainda a inclusão, como único representante da infantaria, do valoroso matador António João Ferreira, que actuava este ano pela segunda vez em arenas nacionais, o que comprova bem o desinteresse das empresas (não do público) pelo toureio a pé.
E foi ele, António João Ferreira, o triunfador maior da tarde, com uma faena de mando, poderio e arte a um toiro de cinco anos da ganadaria Dias Coutinho, evidenciando, como sempre, as suas muitas qualidades para vencer numa arte que parece estar votada ao ostracismo neste Portugalzinho das Toiradas - mas onde há grandes valores. E António João é um deles.
Artisticamente, a corrida superou muito significativamente o escasso resultado financeiro provocado pela fraca adesão de público.
Os cavaleiros Ana Batista, João Moura Caetano, Andrés Romero e António Prates exibiram-se em muito bom nível qualquer um deles frente a toiros de boa nota da ganadaria Paulino da Cunha e Silva; e a praticante Mariana Avó deixou uma vez mais o recado de que pode vir a ter um futuro de sucesso.
Boas pegas, sem dificuldades de maior, dos forcados de Azambuja e Cartaxo - numa tarde de pouco ambiente, mas que resultou em pleno no plano artístico, com direcção de corrida muito acertada de Fábio Costa, assessorado pelo médico veterinário José Luis da Cruz.
Fotos Miguel Calçada, António João Ferreira/Facebook e Catarina Bexiga/Falar de Toiros/Facebook
António J. Ferreira e a sua equipa; em baixo, aspecto da praça ao início da corrida |