27 de Maio de 1973: a alternativa no Campo Pequeno, concedida por Mestre João Núncio Foto Carlos Brito |
Numa das muitas noites de glória no Campo Pequeno Foto D.R. |
Passam hoje cinco anos sobre a triste data da súbita e inesperada morte do cavaleiro tauromáquico D. José João Zoio, vítima de ataque cardíaco quando se dirigia de carro para sua casa em Colares. Tinha 60 anos e um mês antes - 23 de Julho de 2009 - voltara a vestir-se de toureiro para ser testemunha de honra da alternativa de Duarte Pinto no Campo Pequeno.
No início de Agosto desse ano fora homenageado na praça de toiros da Nazaré, a arena onde se estreara em 1968.
Nascido em Almada a 1 de Outubro de 1950, José João Zoio tomou a alternativa na praça do Campo Pequeno, das mãos de Mestre João Branco Núncio em 27 de Maio de 1973, na tarde em que o Califa comemorou 50 anos de toureio. Embora curta, teve uma carreira gloriosa, travada quando menos se esperava e quando era ainda muito cedo, devido a uma queda na arena de Alcochete que lhe provocou uma lesão na coluna. Mesmo assim, em 1991 fez uma temporada, apoderado por Ferreira Paulo "Cachapim", despedindo-se em definitivo durante uma corrida marcante em Lisboa, na mesma noite em que cortou a coleta o seu bandarilheiro de sempre e seu último apoderado, António Badajoz.
Referenciado como o toureiro-aristocrata, rivalizou com Mestre Batista, Luis Miguel da Veiga, Manuel Jorge de Oliveira e João Moura, bem como com todas as figuras da época. Logo após o 25 de Abril, foi apelidado de "fascista" por um grupo de toureiros revolucionários que haviam ocupado o Sindicato dos Toureiros e que o impediram de tourear em Portugal. Actuou um ano em Espanha e reapareceu depois em Évora, ao tempo um feudo do comunismo, recebendo do público que esgotava a praça a maior e mais prolongada ovação de que há memória.
Fotos D.R.