domingo, 31 de agosto de 2014

D. José João Zoio morreu há 5 anos

No Campo Pequeno com os filhos Bernardo e Verónica, a 23
de Julho de 2009, um mês antes de morrer vítima de ataque
cardíaco. Foi a última vez que se vestiu de toureiro para
participar nas cortesias e ser testemunha de honra da
alternativa do jovem cavaleiro Duarte Pinto
Fotos João Silva/www.solesombra.com
27 de Maio de 1973: a alternativa no Campo Pequeno,
concedida por Mestre João Núncio
Foto Carlos Brito
Numa das muitas noites de glória no Campo Pequeno
Foto D.R.
Impedido de tourear em Portugal pelos toureiros-revolucionários
que tinham ocupado o Sindicato dos Toureiros logo após o 25 de
Abril, foi tourear para Espanha. Na foto, na Monumental de Madrid.
Na foto de baixo, com Miguel Alvarenga em 1977 numa Corrida da CAP
(Confederação dos Agricultores de Portugal) na Monumental de
Santrarém, vendo-se também, à esquerda, Álvaro Domecq
Fotos Botán e D.R.


Passam hoje cinco anos sobre a triste data da súbita e inesperada morte do cavaleiro tauromáquico D. José João Zoio, vítima de ataque cardíaco quando se dirigia de carro para sua casa em Colares. Tinha 60 anos e um mês antes - 23 de Julho de 2009 - voltara a vestir-se de toureiro para ser testemunha de honra da alternativa de Duarte Pinto no Campo Pequeno.
No início de Agosto desse ano fora homenageado na praça de toiros da Nazaré, a arena onde se estreara em 1968.
Nascido em Almada a 1 de Outubro de 1950, José João Zoio tomou a alternativa na praça do Campo Pequeno, das mãos de Mestre João Branco Núncio em 27 de Maio de 1973, na tarde em que o Califa comemorou 50 anos de toureio. Embora curta, teve uma carreira gloriosa, travada quando menos se esperava e quando era ainda muito cedo, devido a uma queda na arena de Alcochete que lhe provocou uma lesão na coluna. Mesmo assim, em 1991 fez uma temporada, apoderado por Ferreira Paulo "Cachapim", despedindo-se em definitivo durante uma corrida marcante em Lisboa, na mesma noite em que cortou a coleta o seu bandarilheiro de sempre e seu último apoderado, António Badajoz.
Referenciado como o toureiro-aristocrata, rivalizou com Mestre Batista, Luis Miguel da Veiga, Manuel Jorge de Oliveira e João Moura, bem como com todas as figuras da época. Logo após o 25 de Abril, foi apelidado de "fascista" por um grupo de toureiros revolucionários que haviam ocupado o Sindicato dos Toureiros e que o impediram de tourear em Portugal. Actuou um ano em Espanha e reapareceu depois em Évora, ao tempo um feudo do comunismo, recebendo do público que esgotava a praça a maior e mais prolongada ovação de que há memória.

Fotos D.R.