domingo, 17 de abril de 2016

Duarte Pinto nunca falou de doping... mas o caso foi ontem denunciado, não inventámos nada!


Miguel Alvarenga - Parece, dizem-me, que o meio taurino (e não só) entrou em perfeito e total alvoroço depois de ontem aqui se ter noticiado que a Direcção-Geral de Veterinária vai incrementar medidas (de acordo com as empresas taurinas) para assegurar o bem estar dos cavalos e dos toiros - e, sobretudo, depois de nos termos feito eco da sugestão alvitrada - em boa hora, diga-se de passagem - pelo cavaleiro João Salgueiro para que se passe a fazer controlo ao doping nas praças de toiros, à semelhança do que se faz em outras modalidades da actividade equestre.
A "bomba" (que muitos preferiam que nunca tivesse explodido, em nome de uma paz podre que insistem em alimentar e fazer prevalecer, sempre aterrorizados com o aproveitamento que destas coisas pode ser feito pelos anti-taurinos... esquecendo-se que os mais "anti" de todos  estão dentro da própria Festa...) foi lançada ontem de manhã durante um colóquio que decorreu num dos salões da praça de toiros do Campo Pequeno no último dia do I Fórum Nacional de Cultura Taurina, uma organização do Grupo Tauromáquico "Sector 1", em que participaram, além de Salgueiro, o também cavaleiro tauromáquico Duarte Pinto e o Relações Públicas da empresa, Dr. Paulo Pereira. O tema era a evolução do toureio a cavalo e a assistência era escassa, não mais de vinte pessoas apenas.
O "Farpas" não inventou nada. Limitou-se, no cumprimento da missão jornalística, a relatar o que de mais saliente e importante foi dito no colóquio. Falou-se de muita coisa - e falou-se muito bem. Todavia, do ponto de vista do jornalista, o que de mais relevante ali foi abordado foi precisamente a necessidade (até para nos defendermos e nos salvaguardarmos dos ataques usuais dos supostos "defensores dos animais") de garantir no espectáculo tauromáquico o bem estar dos animais - cavalos e toiros.
Para isso, uma médica veterinária da Direcção-Geral de Veterinária anunciou que estão em marcha medidas para garantir isso mesmo e que passam, de acordo com o estabelecido já com algumas empresas taurinas, entre as quais a de Lisboa, pela presença de veterinários nas praças em dias de corrida, independentemente do que é nomeado para assessorar o director de corrida. Um dos objectivos da presença desses veterinários nas praças é precisamente o de que assegurem o bom estado físico dos cavalos que, tal como as pessoas, disse ontem a médica da Direcção-Geral, podem ter dias em que não estejam nas melhores condições para actuar - e, nesses casos, seriam impedidos de tourear pelos médicos.
Foi aqui que João Salgueiro referiu que, caso essas medidas entrem em vigor, "muitas corridas deixarão de se realizar", acrescentando que, na sua opinião, "até deveria ser feito um controlo ao doping, tal como é feito noutras modalidades equestres".
Falou-se ainda de outras alegadas "tropelias", tal como o uso da gamarras e de serretas nos cavalos de toureio - outras anomalias que passariam a não ser permitidas caso vá por diante esta maior fiscalização por parte da Direcção-Geral de Veterinária. E foi neste preciso momento que o cavaleiro Duarte Pinto, referindo-se ao uso desses "apetrechos", referiu que se isso for devidamente fiscalizado, "75 por cento dos cavalos não actuariam". Disse-o por duas vezes, mas - esclareço-o, porque parece que houve quem mal entendesse e mal interpretasse as suas palavras - nunca, em vez alguma, o disse referindo-se ao caso do doping.
Desde ontem, Duarte Pinto tem sido "bombardeado" com telefonemas, até de colegas de profissão, de taurinos que se insurgem contra o seu alegado envolvimento na denúncia da eventual existência de doping nas arenas - e se houve más interpretações, aqui fica o devido esclarecimento de que o Duarte nunca fez ontem qualquer referência a casos de doping, apenas e só ao uso de gamarras e serretas, recordando, por exemplo, para gáudio da assistência, que seu Pai, o Mestre Emídio Pinto, chegou um dia a usar um "travão de mão", que rapidamente arrumou a um canto depois de ter sido admoestado pelo público - que ao tempo era entendido nessas coisas.
Quanto ao mais e por muito que alguns queiram tapar o sol com uma peneira ou meter a cabeça dentro da areia, como a avestruz, falou-se ontem da existência de doping nas arenas e nomeadamente nos cavalos e da necessidade de se fazer um controlo semelhante ao que é feito em outras modalidades equestres de alta competição. O mundo da tauromaquia precisa de ser equiparado aos outros. Não pode ser eternamente uma excepção - onde tudo é feito e acontece "à balda". Esta medida da Direcção-Geral de Veterinária, ao contrário do que possam pensar os "apanicados" do mundo dos toiros, é altamente louvável e importante para a Tauromaquia.

Foto D.R.