sábado, 7 de abril de 2018

Mundo taurino veste luto pela morte de Ángel Peralta, o Papa do Rejoneio

O Papa do Rejoneio morreu hoje em Sevilha aos 93 anos de idade
No Campo Pequeno: Rafael e Ángel Peralta com Manuel Jorge de Oliveira
e José Mestre Batista
Cartaz de uma das muitas presenças de Ángel Peralta nos anos 60
na praça de toiros do Campo Pequeno, em Lisboa
Ángel Peralta em Setembro do ano passado na praça espanhola de Don Benito
(Badajoz) com Miguel Alvarenga
Ángel Peralta pisou pela última vez a arena do Campo Pequeno em Outubro
de 2016, acompanhado pelos seus companheiros do Quarteto da Apoteose,
na noite em que José Lupi foi galardoado pela empresa com o Troféu "Prestígio"
O Quarteto da Apoteose em 2016 no Campo Pequeno: Álvaro Domecq, José
Samuel Lupi, Rafael Peralta e Ángel Peralta
Na praça de toiros de Lisboa com o seu amigo João Cortesão e a rejoneadora
francesa Lea Vicens, que apoderou nos últimos anos
No Campo Pequeno com seu irmão Rafael e Rui Bento
Ángel Peralta com a actriz norteamericana Ava Gardner
O célebre Quarteto da Apoteose, que integrou nos anos 70 com seu irmão
Rafael Peralta, Álvaro Domecq e o português José Samuel Lupi
Ángel Peralta toureou pela primeira vez em público em 1945 e manteve-se no
activo ao longo de 55 anos
Em 2013, recebendo em Madrid das mãos da rainha D. Letizia Ortiz a Medalha
de Ouro das Belas Artes com que o governo de Espanha o distinguiu

Ángel Peralta, o Papa do Rejoneio, morreu hoje aos 93 anos em Sevilha na sua herdade Rancho El Rocío.
Natural de Puebla del Rio (Sevilha), onde nasceu a 18 de Março de 1925, fez o debute em público a 19 de Fevereiro de 1945 em La Pañoleta (província de Sevilha) e estreou-se em Madrid em 19 de Abril de 1948, mantendo-se no activo ao longo de 55 anos e integrando nos anos 70 o célebre Quarteto da Apoteose, com seu irmão Rafael, Álvaro Domecq e o português José Samuel Lupi, atingindo no ano de 1971 o recorde de 108 corridas.
Participou em vários filmes, como "La Novia de Juan Lucero" e "Cabriola". Em 2013 foi galardoado pelo governo espanhol com a Medalha de Ouro das Belas Artes.
Homem de rara sensibilidade, foi também escritor, tendo publicado inclusivamente livros de poesia. Era ganadeiro e criador de cavalos de pura raça espanhola.
"Tourear é enganar o toiro sem mentir", foi uma frase que o celebrizou e com a qual resumiu, em breves palavras, a arte em que foi génio, o toureio.
Ángel Peralta esteve desde sempre muito ligado a Portugal, país onde toureou inúmeras vezes, nomeadamente com seu irmão Rafael e onde esteve pela última vez em Outubro de 2016, na praça do Campo Pequeno, na noite em que a empresa distingiu com o Troféu "Prestígio" o cavaleiro José Samuel Lupi. Nos últimos anos, apoderou a rejoneadora francesa Lea Vicens.
O mundo taurino perdeu hoje um dos maiores nomes da História do toureio a cavalo.
As cerimónias fúnebres têm lugar hoje e amanhã em Sevilha, estando o corpo em câmara ardente no seu Rancho El Rocío, seguindo-se amanhã de manhã o funeral para a Igreja de Nossa Senhora de la Granada, onde será rezada missa, indo depois a sepultar no cemitério de La Puebla del Rio.
A toda a Família enlutada, endereçamos os mais sentidos pêsames.
Que em paz descanse.

Fotos Emílio de Jesus, Maria Mil-Homens e D.R.