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| A noite histórica acabou com Marcos Bastinhas em ombros, ladeado pelos cavaleiros açoreanos Tiago e João Pamplona |
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| José Boto, o principal promotor da iniciativa que pretende rebaptizar o Coliseu com o nome do saudoso Joaquim Bastinhas, atirou a Marcos esta tarja, que o cavaleiro abriu quando dava a volta à arena |
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| Na melhor temporada da sua carreira, Marcos Bastinhas deu ontem na lide de sete toiros a real dimensão do grande figurão que é |
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| O magnífico exemplar da ganadaria Murteira Grave, o toiro da noite |
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| Marcos não conseguiu esconder a emoção numa noite com um significado tão especial para si, para a sua família e para todos os aficionados |
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| Marcos Bastinhas lidou o quinto toiro a duo com o cavaleiro açoreano Tiago Pamplona, que era ontem o sobressalente. Em baixo, uma das pegas dos Académicos de Elvas, grupo que teve também uma noite histórica e marcante |
Miguel Alvarenga - Motivos de ordem pessoal impediram-me ontem, com imensa pena, de estar em Elvas e assistir à encerrona de Marcos Bastinhas. Socorri-me das idóneas informações do meu querido amigo Luis Miguel Pombeiro e concluo que foi mesmo uma corrida memorável e onde o Marcos deu na realidade a verdadeira e clara dimensão do figurão que é, prestando a maior e a mais bonita das homenagens que se podiam render à memória - ímpar, inigualável - de seu pai, o nosso querido e eterno Joaquim Bastinhas.
Esta temporada foi especial para o Marcos Bastinhas. A primeira em que não teve seu pai a seu lado. A temporada de todos os sentimentos, de todas as emoções, mas especialmente a temporada de todas as explosões - em que se afirmou e consagrou como primeira figura do toureio a cavalo, dando continuidade a uma História e novo fulgor a um nome. A corrida de ontem, um ano depois de Joaquim Bastinhas ter toureado naquela mesma praça pela última vez na sua vida, foi, outra vez, "uma noite à Bastinhas". Assim me referiu Luis Miguel Pombeiro e assim confirmei assistindo em directo e através dos videos que ao longo da noite foram passando no Facebook.
Houve toiros distintos e a todos Marcos deu as lides adequadas, demontrando estar montado e com argumentos de sobra para fazer frente a qualquer encaste. Lidou os seis toiros anunciados e ainda o sobrero de Rodolfo André Proença, com que fechou a noite de forma empolgante e justificando em pleno a volta à arena aos ombros.
A lide da noite, um compêndio de maestria em qualquer praça do mundo, foi a segunda, ao belíssimo toiro de Murteira Grave - que o director de corrida Marco Gomes premiou concedendo a volta à arena de Joana, a filha do nosso querido Joaquim, ainda internado e a recuperar da brutal cornada que um novilho lhe infringiu na semana passada quando procedia a trabalhos de campo na Galeana. Marcos Bastinhas esteve enorme com esse toiro. Mas esteve também em plano de figura com todos os outros - os de Veiga Teixeira (toiro sério e exigente), de Romão Tenório (o mais pesado, com 614 quilos!), de Passanha (com pouca transmissão), de Varela Crujo (manso, difícil, a dar arreões, que lidou a duo com o cavaleiro açoreano Tiago Pamplona, que era o sobressalente) e de Rodolfo Proença (um toiro que pedia contas). Fechou a noite lidando o sétimo toiro, também de Rodolfo Proença, de melhor nota que o anterior e que lhe proporcionou uma grande actuação, fechando com chave de ouro a sua noite de glória.
Noite histórica, também, para o valoroso Grupo de Forcados Amadores Académicos de Elvas, que também se encerrou com os sete toiros, demonstrando estar em grande forma. Foram caras Paulo Barradas (à primeira), António Machado (à primeira), Tomás Silva (à terceira), João Pedro Restolho (à primeira), Gonçalo Machado (à primeira), o cabo Luis Machado (à terceira, grande pega) e João Bandeiras (à primeira), havendo a destacar a forma coesa e eficiente com que todos os forcados se evidenciaram nas ajudas.
Marco Gomes dirigiu com rigor e sentimento esta corrida tão especial, assessorado pelo médico veterinário José Miguel Guerra. A praça registou uma enechente de mais de três quartos.
Antes da corrida foi descerrada no Coliseu uma placa que perpectuará para todo o sempre este gesto de Marcos Bastinhas. E quando dava a volta à arena num dos toiros, Marcos Bastinhas recebeu na arena uma tarja onde se lia "Coliseu Joaquim Bastinhas", que lhe foi airada pelo conhecido aficionado José Boto, um dos maiores promotores da pretensão de rebaptizar o Coliseu "Rondão de Almeida" com o nome do saudoso cavaleiro elvense.
Fotos João Carrilho/cortesia tauronews.com