Ainda ninguém percebeu se vai ou não vai haver tourada na Póvoa de Varzim este domingo. A Câmara diz que não e já iniciou inclusivamente a demolição da praça. A empresa Aplaudir, o Clube Taurino Povoense e a Federação Prótoiro continuam a dizer que sim. A IGAC, conta o "Público", adverte que "não foi requerida uma vistoria" à praça e que por isso não é possível antecipar as condições técnicas e de segurança em que a mesma se encontra. O braço de ferro continua...
A Câmara Municipal da Póvoa de Varzim e várias organizações tauromáquicas que querem organizar uma tourada no recinto daquela cidade estão num braço de ferro, noticia o jornal "Público". Apesar de já terem sido iniciadas as obras de demolição da praça, nomeadamente a destruição da trincheira e portas e de estas organizações terem sido “avisadas com antecedência” dessa decisão, sublinha Andrea Silva, vereadora na Câmara da Póvoa e responsável da empresa municipal Varzim Lazer, a empresa Aplaudir de João Pedro Bolota, promotora da corrida, o Clube Taurino Povoense e a Federação PróToiro continuam a anunciar uma corrida para a praça às 22h00 do próximo domingo.
Rui Porto Maia, responsável pelo Clube Taurino Povoense (CTP), afirmou, em declarações ao "Público", que “quem emite as licenças para a realização do espectáculo não é a autarquia”. “A tourada faz parte da cultura portuguesa”, acrescentou ao jornal o presidente do CTP, que juntamente com os responsáveis da empresa Aplaudir e da Federação Portuguesa de Tauromaquia-PróToiro avançou para tribunal.
O tribunal, por sua vez, notificou a autarquia, que vai pronunciar-se. Andrea Silva, representante do município que se declarou “anti-touradas”, garantiu, contudo ao "Público", que “não será possível a realização desta tourada porque há falta de condições de segurança”.
Embora Rui Porto Maia considere que “é a Inspecção Geral das Actividades Culturais quem tem que dar um parecer” e defenda que “a praça de toiros é pública, dos poveiros”, Andrea Silva assevera que “a praça está sem licenças”, pelo que “não existem condições para a realização do espectáculo” - acrescenta o "Público".
A Monumental da Póvoa de Varzim está, actualmente sob alçada da empresa municipal Varzim Lazer, que gere e arrenda a propriedade. No entanto, como já havia sido adiantado pelo "Público", a Câmara anunciou a demolição da praça para que se crie um espaço multiusos, a Póvoa Arena.
Também segundo o "Público", a Inspecção Geral das Actividades Culturais (IGAC) adverte que “não foi requerida nenhuma vistoria pelo proprietário ou explorador da praça de toiros em questão”, não sendo possível “antecipar as condições técnicas e de segurança em que a mesma se encontra”.