"É que é hoje fiz um amigo e coisa mais preciosa no mundo não há"... Assim cantava Sérgio Godinho. Hoje eu perdi um amigo e coisa mais triste no mundo não há.
Hoje perdi o meu amigo Manuel Andrade Guerra, uma pessoa de bem, um cidadão exemplar, recto, amigo do seu amigo, jornalista de grande mérito e valor, cuja prosa, traduzia notável sentido de observação, conhecimento, equilíbrio e imparcialidade.
Lia no “Diário de Notícias” as suas crónicas das corridas de toiros, misto de notícia e crítica que muito contribuíram para a minha formação de aficionado. Foi antes do 25 de Abril de 1974.
Em 1979, cheguei ao jornalismo taurino e no Manuel Andrade Guerra, encontrei um Mestre, mas também o amigo a quem recorri inúmeras vezes, tanto enquanto escrevi de toiros como durante as catorze temporadas em que estive ligado ao Campo Pequeno.
Um amigo que sempre me apoiou, nunca me negando o seu contributo para as várias acções em que solicitei a sua colaboração.
O maldito vírus quis levá-lo para junto do escol da crítica que já subiu à "cátedra etérea", quando o seu saber tanto havia ainda que esperar.
Fica a sua obra, espalhada não só pela tauromaquia, como pelas várias áreas do jornalismo, e a saudade de todos os que com ele conviveram e aprenderam.
À família e em especial a sua mulher, filhos e netos expresso o meu sentido pesar. Descanse em paz, amigo Manuel.
Paulo Pereira
Fotos Marques Valentim e Mónica Mendes
Paulo Pereira |