"Molho" é uma forma de dizer, que entre gente civilizada isso nunca acontece. Passamos a explicar: o empresário Carlos Pegado, afinando pelo mesmo diapasão de determinadas (e bem identificadas) "forças de bloqueio" anti-"Farpas", informou anteontem por mail o director do semanário, Miguel Alvarenga, de que se os repórteres em serviço da Arena D'Évora pretendessem presenciar a corrida Concurso de Ganadarias, "ainda havia bilhetes à venda nas bilheteiras", porque credenciais não haveriam, dada a posição assumida pelo jornal "contra os forcados" (louvando os mexicanos) na recente Festa do Forcado.
Com a educação que o caracteriza (reconheçamos que é uma pessoa bem nascida e não um labrego, como muitos...), Pegado solicitou a Alvarenga a "descrição possível sobre este assunto, tratado entre duas pessoas civilizadas". Até aqui, tudo bem.
Em cima da hora da corrida, Carlos Pegado reconsiderou e deu ao Editor de Fotografia do "Farpas", João Dinis, a senha de trincheira que se impunha. Estava em causa o direito de informar e a liberdade de imprensa. O jornal pôde assim cumprir a sua missão informativa, mas não a tempo de incluir fotos desta corrida na edição da próxima quinta, já que as páginas que estavam guardadas para o efeito foram entretanto refeitas com outras matérias, depois do referido mail de Pegado na tarde de sábado.
Os jornalistas Miguel Alvarenga, Rita Barreiros e Solange Pinto (Directora-Adjunta do "Farpas") assistiram ao espectáculo na bancada (como é natural, dado que a trincheira deve apenas ser poiso dos repórteres fotográficos e nunca dos escribas, apesar de ontem por lá terem pululado muitos...) e João Dinis pôde exercer a sua função na trincheira.
À noite, o director do "Farpas" jantou em Évora com o empresário Engº Jorge de Carvalho, sócio de Pegado na praça de Évora, que com a cordialidade e a educação que o caracterizam, pôs panos na fervura e desdramatizou o "incidente institucional" que não chegou a acontecer.
A falar é que a gente todos se entende!
Seja como for e pese o facto das divergências de opinião que nos possam opôr, a Direcção do "Farpas" não pode deixar de congratular-se pela forma diplomática como a empresa "Terra Brava" solucionou a questão, não vetando a entrada do nosso repórter fotográfico.
Goste-se ou não - e Pegado teve a honradez de o reconhecer - o "Farpas" existe. E é, ainda e sempre, o número-um da imprensa taurina lusa. Olé!
A Direcção do "Farpas"
Fotos João Dinis