O que foi um êxito artístico e televisivo, podia ter sido mais e devia tê-lo sido muitíssimo mais ainda, acabou por ser uma vergonhosa imitação barata das apoteoses espanholas. A saída em ombros, ontem, de Salgueiro e Leonardo Hernández do Campo Pequeno, quando o público já tinha arredado pé das bancadas, depois da "estafadeira" da cerimónia do hino, sem glória, sem o mínimo de apoteose e de grandeza, coisa morta, estafada e amolecida, volta a colocar em causa a história da porta grande na primeira praça do país - e é urgente que se ponha ordem e bom senso nisto, sob pena de cairmos na bandalheira total, mais a mais num momento em que a praça e o seu público mais se assemelham a um folclore de bullfight onde os entendidos e os aficionados cada vez menos põe os pés.
Não estão em causa os triunfos (válidos e reconhecidos) de João Salgueiro e do espanhol Hernández - nada disso. O que está em causa é a amorfa cerimónia da saída aos ombros, sem impacto algum, sem nada, só por ser...
Já agora, não merecia Rui Salvador, pelas suas duas triunfais actuações, pelo significado da data que assinalava e por tudo o mais, ter sido o primeiro a ser sacado em ombros?
O Campo Pequeno - e a TVI - merecem muito mais que a fantochada de ontem à noite. E depois não venham dizer que é o "Farpas" que está contra. Deviam ter vergonha. Continuamos "cantando a rindo" e a Festa está como está... com exemplos destes na que devia ser a praça exemplar para o país!
Foto Guilherme Alvarenga