A União Nacional de Picadores e Bandarilheiros Espanhóis (UNPBE) vetou a praça de toiros de Cáceres por dívidas a toureiros da anterior empresa, a "Intertauro", gerida por Manolo Martín e seus sócios.
No centro da polémica, está a corrida que a empresa montou para 30 de Maio do ano passado, pela Feira de San Fernando, em que deveriam actuar mano-a-mano os diestros locais Emílio de Justo e Jairo Miguel. Ao meio-dia, a empresa decidiu suspender a corrida devido à instabilidade do tempo e colocou um aviso nas bilheteiras a comunicar isso mesmo. Contudo, à hora de início da corrida, os dois matadores apresentaram-se na praça, acompanhados pelas suas quadrilhas de bandarilheiros e picadores, uma vez que só o director de lide (toureiro mais antigo do cartel) e o presidente da corrida (director de corrida) podem decidir, em cima da hora, sobre a realização ou suspensão de um espectáculo.
Os toureiros fizeram o "passeíllo" (cortesias), mas as chaves dos curros desapareceram misteriosamente e os animais da ganadaria de Sayalero y Brandés não puderam sair à arena... Uma hora depois do início da corrida (que acabou por não se realizar), o presidente decidiu suspendê-la devido à atitude negativa dos empresários. O público protestou e a Polícia chegou mesmo a entrar na arena para tomar conta da ocorrência (foto de baixo), imagem que correu toda a imprensa espanhola. Os bandarilheiros anunciaram na altura que tomariam as medidas necessárias. E agora, um ano depois, anunciaram o veto à praça.
Neste momento e desde há um mês, os subalternos mantêm negociações com o Ayuntamiento de Cáceres (Câmara Municipal), a anterior empresa de Manolo Martín e a actual empresa concessionária da praça, a "Torosanda" que, sem ter nada a ver com a polémica, pode ver-se impossibilitada de dar corrida na praça que alugou...
Fotos D.R.