Miguel Alvarenga - A praça encheu -
cheia, mesmo! -, o ambiente era enorme, mas a tourada de ontem à noite no Campo
Pequeno foi uma total e completa decepção. Mais que isso: pode mesmo ter
constituído a machadada fatal num espectáculo que já viveu melhores dias e cujo
fim, por este andar, está agora mesmo por um fio.
Demos ontem de mão beijada aos
anti-taurinos a vitória por que eles lutam empenhadamente - e, se calhar, com
razão - há muito tempo.
Não faz sentido algum que uma praça
encha, que o entusiasmo seja tanto como o que ontem se vivia antes da tourada e
que, depois, aconteça o que aconteceu.
Não faz sentido que a primeira figura
mundial do rejoneio venha ao Campo Pequeno, justifique, de facto, a tremenda
força de bilheteira que tem, encha a praça e depois... tenha faltado o
principal, ou seja, o toiro.
Os toiros "nhoc-nhoc" de ontem
eram mais "nhoc-nhoc" que os "nhoc-nhoc" e tudo o que é
demais, enjoa. Um homem a empurrar uma tourinha tinha surtido um maior efeito
que "aquilo". Pelo menos, "investia" pelo caminho certo e
os toiros (aquilo eram toiros?...) de ontem... nem isso fizeram.
Abstenho-me, pela degradação a que
assisti (ao quinto toiro, fui-me embora incomodado com uma coisa tão
deprimente), de comentar o que quer que seja. Toureiros e forcados fizeram
ontem o ridículo diante de uma vergonhosa "carneirada". Quando se
chega onde ontem se chegou, isto é, quando se bate no fundo, o melhor é fechar
a luz e ir embora. É o que vou fazer.
O melhor da festa foi mesmo a festa do
"Farpas", à tarde, no bar "Volapié". Entregámos o troféu a
Pablo Hermoso de Mendoza (foto o lado) e reunimos um punhado de grandes e bons aficionados
numa sala cheia e num ambiente fora de série - é disso e só disso que vos vamos
hoje aqui apresentar reportagens. O resto, a tourada, essa não valeu mesmo a
pena. Irra, que pior era impossível!
Fotos Maria Ana Alvarenga