quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Esta noite: D. Francisco de Mascarenhas vai oferecer ao Museu do Campo Pequeno a pequena casaca da sua estreia em Lisboa

Lenda viva e último representante dos Anos de Ouro do Toureio Equestre, o
cavaleiro-fidalgo D. Francisco de Mascarenhas é galardoado esta noite pela
Administração do Campo Pequeno e vai doar ao Museu a pequena casaca com
que se estreou em 1937 na primeira praça do país, tinha então 9 anos e foi
considerado, à época, um "verdadeiro fenómeno"
D. Francisco de Mascarenhas com apenas 9 anos de idade, na tarde em que se
estreou em El Puerto de Santa Maria (Espanha) com apenas 9 anos de idade


Homenageado esta noite, ao início da Corrida de Gala à Antiga Portuguesa que encerra a Temporada Sensacional do Campo Pequeno, com o Galardão "Prestígio/2015" com que o distinguiu muito meritoriamente a Administração da empresa da primeira praça do país e que lhe será entregue pela Drª Paula Mattamouros Resende, o histórico cavaleiro D. Francisco de Mascarenhas vai oferecer ao Museu do Campo Pequeno a pequena casaca (provavelmente a mais pequena do mundo usada por um cavaleiro tauromáquico) que utilizou quando se estreou na (antiga) praça lisboeta com apenas 9 anos de idade, no longínquo ano de 1937, constituindo o que à época foi considerado um "verdadeiro fenómeno".
Lenda viva e último representante dos Anos de Ouro do Toureio Equestre, o cavaleiro-fidalgo D. Francisco de Mascarenhas é filho do também cavaleiro D. Alexandre de Mascarenhas e fez a sua estreia com apenas 9 anos de idade, vestindo casaca e usando tricórnio (fotos ao lado e em cima) na praça espanhola de El Puerto de Santa Maria (Cádiz) , actuando nessa tarde do ano de 1937 ao lado do célebre "Manolete", que fazia a sua despedida como novilheiro.
A 6 de Agosto de 1939 fez a sua estreia em Madrid e a 29 de Agosto de 1945, há 70 anos, recebeu a alternativa no Campo Pequeno, apadrinhado por Mestre João Branco Núncio. Ombreou com os maiores cavaleiros e rejoneadores do seu tempo em Portugal, Espanha, França e México, até se retirar definitivamente das arenas no ano de 1962, devido a um grave problema de visão que o impediu de continuar a tourear. Depois de afastado das arenas, continuou sempre sendo uma presença assídua nas praças de toiros e ao longo dos últimos anos muitos foram os cavaleiros que receberam os seus ensinamentos e os seus conselhos, fruto da sua grande experiência como toureiro e como genial cavaleiro.
Sempre recordado, respeitado e honrado como grande cavaleiro tauromáquico que foi, D. Francisco de Mascarenhas tem sido alvo de inúmeras e significativas homenagens nos últimos anos e sobretudo neste em que comemora o 70º aniversário da sua alternativa. A Real Tertúlia Tauromáquica D. Miguel I foi, há mais de dez anos, a primeira a render-lhe tributo e já este ano recebeu as honrarias do Grupo Tauromáquico "Sector 1", esta noite será galardoado no Campo Pequeno e no próximo sábado, dia 3, é também homenageado num almoço em Azambuja pela reaparecida Tertúlia "Festa Brava".

Fotos Emílio de Jesus e D.R.