O Prof. Marcelo em Setembro de 2015 assistindo a um espectáculo tauromáquico na praça de Sobral de Monte Agraço e, em baixo, Hélder Milheiro, secretário-geral da Federação PróToiro |
Ainda não houve resposta da Presidência da República ao pedido de audiência da Federação PróToiro, enviado a 7 deste mês. Os representantes do mundo tauromáquico querem pedir ao Prof. Marcelo - que em 2015 se declarou aficionado, até, de corridas de morte - que se pronuncie sobre os ataques que estão a ser feitos à Tauromaquia
"Queremos debater com o Presidente da República o envolvimento de alguns orgãos de Estado na restrição que está a ser feita aos direitos, liberdades e garantias de acesso aos cidadãos à cultura", disse ao jornal "Público" o secretário-geral da PróToiro, Hélder Milheiro (foto ao lado).
Milheiro acrescentou saber que o Prof. Marcelo "é um aficionado das touradas" e recordou que "foi ele que o revelou punlicamente há cerca de três anos", mas frisou que o pedido de audiência, endereçado a 7 de Novembro, "é feito ao Presidente da República, independentemente de ele ser um aficionado ou não".
“Penso que, face aos ataques que têm sido feitos, o Presidente já devia ter vindo a público, ter uma reacção em relação a estes ataques enquanto garante da Constituição”, acrescentou ao "Público" o secretário-geral da PróToiro, federação que congrega as várias associações dos agentes do mundo tauromáquico (toureiros, forcados, ganadeiros, empresários, directores de corrida e tertúlias).
Em Fevereiro de 2015, Marcelo Rebelo de Sousa participou na Tertúlia do Convento, em Aveiras de Baixo (Azambuja), antes de anunciar que seria candidato a Belém e assumiu-se um aficionado das touradas, inclusivamente dos espectáculos com toiros de morte.
“Já assisti diversas vezes a faenas sensacionais que terminaram com a morte do toiro, sobretudo em Espanha, e não me lembro de ter ficado indignado com o facto. Em Portugal há quase uma tradição contra isso desde o tempo do Marquês de Marialva”, afirmou na altura ao jornal "O Mirante".
O actual Presidente da República considerou mesmo “incompreensível” o facto de “haver pessoas e movimentos que se opõem à realização de touradas em Portugal”, recorda agora o "Público".
Afirmando que não se via como um “homem das cavernas” ou um “troglodita”, como por vezes são classificados os aficionados pelos activistas antitouradas, deu o exemplo de Pablo Picasso, que “era um amante de toiros e tinha uma visão de esquerda”, ou do histórico militante socialista Manuel Alegre, que além de ser político e poeta “é caçador e gosta de touradas”.
Ainda nesse mesmo ano de 2015, em Setembro, o Prof. Marcelo assistiu a um festejo taurino na praça de toiros de Sobral de Monte Agraço, onde foi brindados pelos forcados e muito aplaudido pelo público que preenchia as bancadas.
Fotos Maria Mil-Homens e Emílio de Jesus