"Se as alterações da Câmara de Lisboa à Praça de Toiros do Campo Pequeno forem para levar a sério, então devem ser alargadas a recintos desportivos, universidades e espaços religiosos: mudam todos ou não muda nenhum" - defende a Federação PróToiro a propósito do desaparecimento do boneco do toureiro e do toiro que indicava nos ainais da capital a direcção da nossa praça de toiros
A PróToiro – Federação Portuguesa de Tauromaquia questiona se a Câmara Municipal de Lisboa vai alterar toda a sinalética existente na cidade referente aos estádios do Benfica, do Sporting e do Belenenses, tal como quer fazer com as placas identificativas da Praça de Toiros do Campo Pequeno. Se este acto for para levar a sério, então deverá ser igualmente alargado à sinalética de igrejas, universidades e outros espaços nos quais se realizem actividades além daquela para a qual foram idealizados. Na verdade trata-se de censura, pura e dura, à tauromaquia.
Este é um dos dois caminhos possíveis para a autarquia, face à justificação apresentada para censurar o símbolo do ‘toureiro’ e do ‘toiro’, que ilustrava o Campo Pequeno nas placas de sinalização em Lisboa. O outro é recuar e deixar tudo como estava.
O conceito escondido nesta medida é que se pode proibir, censurar e eliminar do espaço público algo de que não se gosta ou não concorda. Se podemos apagar, conforme defende o PAN, uma actividade que nunca foi consensual no país, também vamos apagar os símbolos religiosos, desportivos e políticos?
“A Câmara ou muda todos os sinais ou não muda nenhum. No Estádio da Luz realizam-se concertos e encontros religiosos. O mesmo se passa com os estádios do Sporting e do Belenenses”, afirma Hélder Milheiro, secretário-geral da PróToiro, dando também como exemplos as igrejas e universidades: “A Igreja de São Roque não é só um local de culto, pois tem um programa regular de concertos. O mesmo acontece com a Universidade de Lisboa, que não é só um local de ensino”.
"Ver parte do Partido Socialista, fundador da democracia, numa posição de subserviência, refém de partidos proibicionistas e intolerantes, é uma visão, no mínimo, preocupante", afirma a PróToiro.
E acrescenta:
"Assim, aguardamos pela resposta da Câmara Municipal de Lisboa ao nosso pedido formal de esclarecimento a este acto de vandalismo político".
Fotos D.R.