Nos anos 60 e 70, este homem revolucionou a tauromaquia em Portugal - e não só. Chamava-se António Silva (foto ao lado), ficou conhecido como o apoderado "das coisas impossíveis"
Tinha um sócio - Adelino Pena, irmão do célebre empresário Américo Pena, muitos anos um dos braços direitos de Manuel dos Santos na empresa do Campo Pequeno. E António Silva tinha ideias - ideias "loucas" que, ao tempo, esgotaram algumas praças de toiros nacionais.
Na década de 60, convenceu Germano de Sousa, o célebre "Muleta Negra", a prostrar-se vestido de toureio à porta da praça do Campo Pequeno, pedindo uma oportunidade para ali actuar, que lhe foi concedida.
A seguir, deu uma muleta a Manuel Valente, outro jovem que sonhava ser matador de toiros, comprou-lhe uma barreira no Campo Pequeno e convenceu-o a saltar à arena no toiro de "Paquirri". Raul Solnado, Carlos Cruz e Fialho Gouveia levarem o futuro toureiro ao seu programa televisivo e ele ficou famoso como o "Espontâneo do Zip-Zip".
Já nos anos 70 foi ele também o cérebro da ideia de colocar o toureiro brasileiro Fernando Guarany vestido de luces dentro de um caixão à porta do Campo Pequeno (1977) e um mês depois do diestro esgotou a lotação da praça na sua apresentação.
Um ano depois viajou de avião para Madrid com Paco Duarte, toureiro da Malveira que ao tempo despontava e pô-lo também trajado de luces à porta da Monumental de Madrid, onde esteve vinte dias até lhe darem uma oportunidade para tourear em Las Ventas.
António Silva morreu no início dos anos 2000, mas embora os tempos já fossem outros, ainda sonhava promover outro "número" do género na porta do Campo Pequeno - mais logo, depois das 20h00, o "Farpas" vai aqui recordar a história desses quatro toureiros que lutaram por oportunidades de uma forma diferente e a história do homem que esteve por detrás dessas histórias. Não perca.
Fotos João C. Alvarenga e M. Alvarenga/Arquivo