segunda-feira, 9 de setembro de 2024

Manuel Jacinto: 50 anos de alternativa, 50 anos de amizade

Miguel AlvarengaManuel Jacinto marca uma época como bandarilheiro e foi também empreendedor empresário tauromáquico, apoderado e diligente director de corrida. Faz parte dessa gente-outra que dignificou e deu todo um esplendor especial à Tauromaquia em anos que já lá vão, mas que jamais se podem esquecer. A Festa tinha outra classe e outro nível. O povinho ainda não tinha tomado conta do Palácio.

Fora e dentro de arena, Manuel Jacinto foi sempre um Senhor - e essa imagem não se esquece.

Eram dele o capote e a muleta que utilizei na minha estreia como "matador", em 1978, na primeira Garraiada do CDS no Campo Pequeno. Nesse ano, actuei (imaginem!) seis vezes na primeira praça do país, em duas dessas tardes com lotação esgotada, e os bandarilheiros da minha "quadrilha" foram sempre José Agostinho dos Santos (já falecido, de que guardo uma fantástica memória e imensa saudade) e Manuel Jacinto.

Amanhã, 10 de Setembro, cumprem-se exactamente 50 anos, meio século, do dia em que tomou a alternativa na praça de toiros da Moita. Era o complicado ano de 1974, e era também, recorda Manuel Jacinto, uma terça-feira. Ele tinha 30 anos, hoje tem 80, mas mantém o mesmíssimo espírito jovem e a mesma aficion de sempre, marcando presença assídua em todas as praças.

Lembrou-se o empresário Ricardo Levesinho - aplausos pelo gesto - de homenagear amanhã Manuel Jacinto, na primeira corrida da Feira da Moita, no mesmo cenário em que há 50 anos recebeu a sua alternativa e escreveu a primeira página do livro de sucesso que constituiu a sua carreira no mundo dos toiros como bandarilheiro e, mais tarde, como empresário, apoderado e director de corrida.

Em vez de uma entrevista, para marcar a diferença, pedi a Manuel Jacinto que nos contasse a sua história de vida, na primeira pessoa. Aí está, já a seguir: Manuel Jacinto - por ele próprio.

Foto D.R.