Sob o título "Música, cavaleiros e forcados", Maurício Vale defende hoje na sua crónica semanal do "Correio da Manhã" que deveríamos "adaptar o nosso Património Imaterial da Humanidade (o Fado) à nossa cultura tauromáquica", pois "não faz nenhum sentido aplaudir cavaleiros e forcados numa volta à arena ao som de 'Viva Espanha'!". Concordamos em absoluto e, pela pertinência do tema, aqui reproduzimos, com a devida vénia, a crónica de hoje de M. Vale:
Música, cavaleiros e forcados
O meu bom amigo e antigo diplomata
Orlando Vilela proferiu há vários anos, no salão nobre do Aposento do Barrete
Verde, em Alcochete, uma interessante conferência dedicada ao tema 'A Música
Portuguesa na Festa de Touros em Portugal'. Foi um sucesso. A seguir à audição
de um fado cantado, com letras citando tauromaquia, ouvia-se o correspondente
instrumental em arranjo da Banda da Marinha.
Todos reconheceram que a nova
musicalidade conferia riqueza a uma lide de cavaleiro e, bem assim, às voltas à
arena dadas pelo mesmo e pelo forcado. Vibração e ritmo não faltavam e melodia
tão-pouco!
Hoje, podemos voltar a este assunto.
Adaptar o nosso Património Imaterial da Humanidade à nossa cultura tauromáquica
faz todo o sentido. É tempo de as bandas de música portuguesas pensarem e
(re)inovarem. Todos agradecerão. O seu a seu dono.
Adoro o país vizinho, mas não faz nenhum
sentido aplaudir cavaleiros e forcados numa volta à arena ao som de 'Viva
Espanha'!
Fotos D.R.